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Novo secretário de saúde confirma dívida de R$ 1,4 bi com fornecedores

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Luiz Antônio Teixeira admite passar gestão de UPAs para municípios: ‘mas não vou empurrar para ninguém’

GUSTAVO RIBEIRO
Rio – O novo secretário de saúde do estado, o médico Luiz Antônio Teixeira, traçou um panorama do quadro da pasta que passa a administrar desde esta segunda-feira, quando tomou posse. Teixeira divulgou, em entrevista coletiva, que a dívida do estado com fornecedores é de R$ 1,4 bilhões. Para sair da crise, ele pretende buscar socorro com o governo federal, ao pedir o aumento da verba mensal recebida, hoje em R$ 45 milhões.

“A Bahia recebe um repasse mensal de R$ 112 milhões. O estado do Rio, como um prestador de serviços, não pode continuar vivendo apenas com esse valor de R$ 45 milhões”, disse Teixeira, que não informou qual novo vai solicitar à União. Ele garantiu que as emergências das unidades de saúde não voltarão a ser fechadas. ‘Nós vamos trabalhar todos os dias para que os hospitais continuem funcionando’.Entre outras medidas anunciadas para se livrar do cenário que definiu como de “falta de credibilidade”, ele prometeu cortar 30% dos cargos de confiança, devolver em até 90 dias todos os prédios alugados que abrigam setores administrativos, renegociar contratos com fornecedores para reduzir custos e exigir das organizações sociais que administram as unidades uma data fixa para pagamento de salários.

Teixeira não descarta passar a gestão das das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para os municípios, desde que se mostrem interessados. “Nenhum município pode ser obrigado a receber as UPAs, não vou empurrar as unidades para ninguém”. A ideia é reorganizar a rede. Segundo Teixeira, algumas UPAs serão especializadas em atendimento pediátrico e outras, direcionadas para adultos. Ele também admitiu a possibilidade de algumas dessas unidades, o Samu e até alguns hospitais serem municipalizados, caso prefeitos manifestem interesse de assumir os serviços.

“Isso não vai ser da noite para o dia. Vai depender de reuniões. Quero que uma mãe saia de casa e saiba que vai encontrar atendimento para o seu filho”, comentou. Com a reestruturação, o secretário diz que planeja por fim ao que chamou de atendimentos sobrepostos em UPAs e hospitais.“Não podemos ter um paciente internado por sete dias na UPA. Temos unidades de saúde e UPAs próximas fazendo o mesmo serviço, como é o caso do Hospital Getúlio Vargas no atendimento a adultos”, explicou, admitindo que essa reorganização obrigará algumas pessoas a se deslocarem mais em busca de atendimento.

R$ 3 milhões a menos com aluguel

Ex-secretário de Saúde de Nova Iguaçu, Teixeira ainda não sabe estimar quanto será possível economizar com essas medidas, nem deu prazos para reorganizar a rede, mas destacou que só com a entrega de imóveis alugados conseguirá poupar R$ 3 milhões anuais. O gabinete também terá de mudar de prédio. Ainda não foram definidos os destinos de cada setor. Nenhum serviço de atendimento ao público será afetado.

O novo secretário pretende “reformar todas as portas de entrada dos hospitais”. Ele criticou as regras de triagem nas emergências que, nas últimas semanas, só estavam atendendo casos graves. “A gente está usando um protocolo de classificação de risco que estabelece o tempo e a prioridade de atendimento para cada paciente. Esse protocolo tem sido usado para excluir o atendimento. A gente vai conversar sobre nossos protocolos”, prometeu.

Teixeira é médico ortopedista com MBA Executivo em Saúde pela UFRJ. Foi secretário de Saúde em Nova Iguaçu por três anos e vice-presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado e não é filiado a partido político. Seu antecessor, Felipe Peixoto, abandonou o cargo para se dedicar às eleições de Niterói.