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Advogado de Edmundo González desmente procurador-geral da Venezuela

José Vicente Haro, o advogado do candidato presidencial da maioria oposicionista venezuelana nas eleições de 28 de julho, Edmundo González, desmentiu neste domingo o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, que afirmou em entrevista à CNN que o opositor não havia comparecido às convocações do governo venezuelano devido a “pressões externas”.

Segundo Saab, González Urrutia tinha “uma motivação real” para comparecer, inicialmente, à Sala Eleitoral do Tribunal Supremo de Justiça e também pretendia ir ao Ministério Público.

“Ele ia comparecer à primeira convocação. Na última hora, também recebeu pressões externas, conforme dito pelo próprio José Vicente Haro, que não eram do próprio advogado que sugeria que ele deveria ir, e Edmundo González Urrutia também estava de acordo”, afirmou o procurador, sem entrar em mais detalhes.

Haro, em uma entrevista posterior à CNN, afirmou que o que foi dito pelo procurador não é verdade e que, ao contrário, ele havia aconselhado o candidato a não comparecer pessoalmente.

“Ele afirmou que, em relação às convocações para a investigação fiscal, a investigação de caráter penal, supostamente eu teria recomendado ao senhor Edmundo González Urrutia que comparecesse à primeira convocação. E isso, de modo algum, ocorreu,” disse Haro.

Haro, em uma entrevista posterior à CNN, afirmou que o que foi dito pelo procurador não é verdade e que, ao contrário, ele havia aconselhado o candidato a não comparecer pessoalmente.

“Ele afirmou que, em relação às convocações para a investigação fiscal, a investigação de caráter penal, supostamente eu teria recomendado ao senhor Edmundo González Urrutia que comparecesse à primeira convocação. E isso, de modo algum, ocorreu,” disse Haro.

“Estou dizendo isso para deixar claro que, em relação ao comparecimeto no Ministério Público, nunca houve consentimento para participar desse processo judicial, porque, em primeiro lugar, os fatos que se pretendia atribuir não têm caráter penal. Em segundo lugar, ele não cometeu nenhum crime.”

Procurador-geral fala em fratura na oposição venezuelana

Durante a entrevista com a CNN deste domingo (8), o procurador-geral da Venezuela evitou mencionar pelo nome ou se referir diretamente à líder opositora María Corina Machado, peça chave na mobilização da oposição em torno de González para as eleições de 28 de julho, nas quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou vitória ao presidente Nicolás Maduro em meio a acusações de fraude.

Sobre esse tema, Tarek William Saab afirmou que a saída do candidato cria uma fratura na oposição.

“O candidato da oposição que finalmente apoiou a plataforma unitária e a Mesa da Unidade Democrática, entre outros candidatos que a oposição teve, é Edmundo González Urrutia. E ele, como diria a canção de José Luis Perales, se foi. É uma decisão voluntária dele e que o Governo da Venezuela, através do Poder Executivo, respeitou. Nós, como Ministério Público, também,” disse o procurador.

Ele acrescentou que “há uma fratura absoluta nesse setor extremista da oposição, que se evidenciou hoje, quando o candidato de oposição de maior —vamos dizer— protagonismo nessa plataforma oposicionista deixou o país por vontade própria. É a verdade. E ele sai como um cidadão comum que assina uma carta como um cidadão comum. Ou seja, ele se assume como perdedor.”

Haro respondeu dizendo que González Urrutia “não assinou nenhum documento, não reconheceu os resultados eleitorais emitidos pelo CNE”, que concederam a vitória a Nicolás Maduro sem mostrar números detalhados como requisito para obter o salvo-conduto que lhe permitiu viajar para a Espanha, onde está solicitando asilo político junto com sua esposa.

A CNN entrou em contato com a equipe de imprensa de Machado e está aguardando comentários.

Mais cedo, a opositora manifestou solidariedade a González Urrutia em uma mensagem no X, na qual afirmou que o dirigente deixou o país porque “sua vida estava em perigo, e as crescentes ameaças, convocações, ordem de prisão e até mesmo as tentativas de chantagem e coação das quais foi alvo demonstram que o regime não tem escrúpulos nem limites em sua obsessão de silenciá-lo e tentar dobrá-lo”.

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