O processo que avalia a união de negócios da Petz com a Cobasi vai ganhar um novo nome na tramitação que acontece no Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade). O órgão aprovou a entrada da concorrente Petlove como interessada no tema. Ou seja, a concorrente vai apresentar argumentos contrários à união das rivais.
O Cade acatou o argumento da Petlove, que demonstrou preocupação com o poder comercial das duas concorrentes juntas. Os advogados da empresa citaram que Petz e Cobasi têm estratégias competitivas parecidas, e que o negócio “resultaria em um agente monopolista”.
A Petlove argumenta que, juntas, as duas empresas líderes “eliminariam a concorrência entre as duas principais rivais” e, assim, protegeriam “o mercado contra entrantes e rivais”. Entre as rivais, obviamente, está a Petlove.
Os advogados da empresa citaram que, juntas, as empresas teriam posicionamento “irreplicável por qualquer outra empresa do mercado”.
“Garantindo um poder de portfólio que levaria a capacidade de adotar estratégias anticompetitivas de subsídios cruzados, limitação de alcance de produtos a rivais e lançamento de lojas de forma a asfixiar entrantes”, cita o documento.
A Petlove argumenta ainda que o poder de barganha da nova empresa diante dos fornecedores e sem um novo grande rival haveria “ausência de incentivos a passar qualquer eficiência ao consumidor”.
“Partindo da análise dos argumentos e elementos apresentados pela peticionante, conclui-se que o pedido possui pertinência com os fins da análise do presente ato de concentração, uma vez que os temas trazidos são questões concorrenciais, poder de mercado e de monopólio, poder de portfólio e concentração de mercado”, argumenta a decisão do Cade.
Em nota à imprensa, a Petlove avaliou como “muito positiva” a decisão do Cade. “Essa operação pode reduzir a concorrência, levando ao aumento de preços”, cita a empresa. A varejista online diz que confia na “adoção das medidas necessárias para a garantia de um ambiente competitivo saudável”.
Petz e Cobasi rejeitam os argumentos da concorrente Petlove que reclamou do plano de união das duas líderes do mercado de varejo pet no Brasil. Em nota, as duas empresas dizem que, juntas, as companhias vão “beneficiar tutores e pets com melhores preços”.
“A Cobasi e a Petz seguem confiantes que a análise técnica do Cade comprovará que a fusão entre as companhias não representa qualquer preocupação concorrencial. Ao contrário, a operação beneficiará os tutores e os pets com melhores preços”, citam as duas empresas.
As duas varejistas argumentam que, juntas, terão “menos de 10% de participação de mercado”. “Um mercado que possui concorrência qualificada, combativa e com diversidade de estratégias, incluindo lojas grandes, médias e pequenas, marketplaces, supermercados e outros agentes, com marcas consolidadas”, citam as empresas em nota conjunta.
