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Crise muda o cenário da eleição para prefeito no Rio

Candidatura de Pedro Paulo perde força para opositores como Marcelo Freixo e Marcelo Crivella

CAIO BARBOSA
Rio – A efervescência política em Brasília nos últimos meses não atinge apenas a presidente Dilma Rousseff. A crise que fez PT e PMDB romperem relações também alterou por completo o panorama no Rio de Janeiro, às vésperas da eleições que vão apontar o sucessor de Eduardo Paes.

Há um mês, precisando dos votos do PMDB fluminense para evitar o avanço do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, o presidente do diretório estadual do PT, Washington Quaquá, garantia o apoio à candidatura peemedebista de Pedro Paulo Carvalho, homem-forte de Paes.A mudança de rumo do deputado, que votou pela continuidade do processo de impeachment de Dilma,também fez o PT mudar de ideia, podendo não só lançar a candidatura da aliada Jandira Feghali (PCdoB) como buscar uma aproximação ao Psol de Marcelo Freixo, um dos principais adversários de Pedro Paulo.

A ausência de PT e PCdoB na chapa representam, também, menos tempo para o PMDB na disputada divisão da propaganda gratuita no rádio e na TV, o que é considerado fundamental na eleição deste ano. Em 2016, o tempo da propaganda na TV e no rádio foi reduzido e começa dia 26 de agosto.Os peemedebistas veem o tempo de TV como decisivo não apenas para tornar Pedro Paulo mais conhecido do eleitor, mas para mostrá-lo como o candidato de Eduardo Paes. Já os adversários pretendem utilizar a campanha da televisão para explorar o escândalo envolvendo as supostas agressões de Pedro Paulo à ex-mulher e aos problemas estruturais das obras recém-inauguradas, como a ciclovia Tim Maia, o BRT, o entorno do Maracanã e o Parque Olímpico, entre outras.

O conjunto de fatores abala a candidatura de Pedro Paulo e fortalece a de alguns opositores, como Marcelo Freixo (Psol) e Marcelo Crivella (PRB). A crise, no entanto, também pode afetar estas duas candidaturas, visto que há outros pré-candidatos capazes de dividir estes votos caso venham a participar do pleito, como o senador Romário (PSB), Clarissa Garotinho (PR), Carlos Roberto Osório (PSDB), Alessandro Molon (Rede) e Índio da Costa (PSD).

“A disputa ficou muito fragmentada. Todos querem procurar o seu espaço neste momento. É possível que sigam apenas os candidatos que tiverem melhor desempenho nas pesquisas. Mas está tudo em aberto”, avalia o cientista político Geraldo Tadeu, da Uerj.

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