terça-feira, 3 de setembro de 2024 - 9:35

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Em sessão com bate-bocas, relator vota por abrir processo contra Glauber Braga no Conselho de Ética

Em uma sessão com momentos de bate-boca, o Conselho de Ética da Câmara adiou nesta quarta-feira (28) a análise da ação contra o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). O relator, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), votou pela abertura do processo que analisará a possível perda de mandato do parlamentar.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) pediu vista do parecer (mais tempo para a análise) e a votação da admissibilidade da ação foi adiada.

A representação foi apresentada em abril pelo partido Novo depois de o deputado expulsar do prédio do Congresso Nacional o influenciador e integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro.

Deputado diz haver “armação” no Conselho de Ética

Na reunião, Glauber Braga chamou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de “bandido” e afirmou que haver uma “armação” no Conselho de Ética.

Ao se defender, o deputado afirmou que o relator elaborou o parecer “a partir de uma articulação direta do presidente da Câmara”. Segundo ele, Lira “há bastante tempo trabalha para tirá-lo da Câmara”.

“Seria mais digno se viesse a assinatura de Arthur Lira junto com esse relatório. Já sabemos o circo que está montado, que está armado”, declarou Braga. Ele afirmou ainda que não iria “abaixar a cabeça” para Lira e nem pedir a “benção” do presidente da Casa.

Durante sua fala, o deputado e o relator trocaram ofensas e chamaram um ao outro de “mentiroso”. Em meio ao bate-boca, o presidente do Conselho de Ética, o deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA), ameaçou cortar a palavra de Braga.

Na reunião, Braga chamou Lira de “bandido” mais de uma vez e afirmou que o presidente da Casa “sequestra o Orçamento”. Procurada, a assessoria do Lira ainda não se manifestou sobre as declarações de Glauber Braga.

Apesar do voto pela abertura do processo contra Braga, Paulo Magalhães negou querer cassar o mandato do deputado.

Ele pediu respeito à Câmara dos Deputados e ao comando da Casa. Magalhães também negou “conluio” e disse não ter proximidade com Lira, mas, sim, uma “relação discreta”.

“Eu não quero cassar Vossa Excelência [Glauber Braga]. Agora, que Vossa Excelência merece, merece, sim”, disse o relator.

A retomada do caso no Conselho de Ética vai depender da convocação do presidente do Conselho de Ética. Na Câmara, os deputados têm previsto votações presenciais na segunda semana de setembro.

Por causa das eleições municipais, os congressistas concordaram em realizar semanas específicas para votações, os chamados “esforços concentrados”.

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