quarta-feira, 9 de julho de 2025 - 4:26

Emanuel Alencar: Murcho, ato bolsonarista em SP é alento para 2026

Respectivamente, Jair Bolsonaro e Nikolas Ferreira – Foto: Reprodução/Internet

Menos de um quarteirão de gente, menos de 13 mil pessoas, ausência de figuras histriônicas da extrema direita. O ato de Bolsonaro neste domingo, na Avenida Paulista, não resistiu aos arranjos para 2026. Num discurso confuso, marca indelével do capital, o ex-presidente voltou a dizer que os atos golpistas do 8 de Janeiro foram obra de “petistas infiltrados”. Num vaivém patético – há pouco, no banco dos réus, o capitão chamou os manifestantes que invadiram o Congresso e o Supremo de “loucos” – Bolsonaro parece sem rumo e sabedor de que não escapará muito em breve da merecida prisão.

O bem fundamentado processo no Supremo contra os golpistas tem deixado o capitão perdido. O Brasil não aguenta mais o modus operandi bolsonarista, que dinamita a democracia e implode o futuro. Bolsonaro, carta fora do baralho eleitoral, tentou apelar para a eleição legislativa do ano que vem: “Se vocês me derem 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil. Nem preciso ser presidente. Faremos isso por vocês”.

O evento também foi marcado por críticas à ministra Cármen Lúcia, paródias de músicas pedindo contagem pública de votos e apelos por voto impresso. A falta da massa constrangeu. Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ) citou o jogo do Flamengo contra o Bayern de Munique na Copa do Mundo de Clubes e o início das férias escolares como possíveis motivos para apoiadores paulistanos de Bolsonaro não comparecerem ao ato.

Há 1.190 dias, quando ainda era presidente, Jair Bolsonaro homenageou o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, a quem dedicara, em 2016, o voto a favor do golpe contra Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Sob o comando de Ustra, o terror da tortura não poupou nem crianças. É esse o nível da crueldade e da falta de humanidade do bolsonarismo. O ato esvaziado de um ex-presidente a caminho da prisão, é um alento. Que o Brasil possa dar um recado definitivo: a democracia é algo inegociável.


As opiniões expressas neste artigo são de exclusiva responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, a posição do jornal.

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