
Uma análise realizada pelo gabinete do vereador Flávio Valle, presidente da Comissão de Turismo da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, estimou em R$ 121,4 milhões o impacto econômico imediato causado pela violência registrada durante a Operação Contenção, no último dia 28, nos complexos da Penha e do Alemão. A ação, praticamente, parou grande parte do município por dois dias.
O cálculo foi feito com base em dados do IBGE sobre rendimentos de trabalho e número de empregos formais. No entanto, o valor não reflete a totalidade das perdas, já que não considera os efeitos sobre a economia informal, as cadeias produtivas, a mobilidade urbana, os serviços e a confiança dos agentes econômicos. “Não quero julgar a operação, mas destacar os efeitos econômicos e sociais da violência urbana. Essa ação é um exemplo de um modelo que, depois de muitos anos de aplicação, não conseguiu manter sob controle a criminalidade no estado do Rio” afirmou o parlamentar.
O vereador ressaltou ainda que o turismo, o comércio e os serviços são diretamente afetados por episódios de conflito armado, resultando em empresas fechando as portas, adiamento de investimentos e queda no fluxo de visitantes.
Dados de organismos internacionais e nacionais reforçam o diagnóstico. Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aponta que o crime gera perdas de R$ 372,9 bilhões por ano no Brasil, sendo R$ 32 bilhões apenas no estado do Rio de Janeiro. Já a Confederação Nacional do Comércio (CNC) calcula que o custo da violência para a economia fluminense varia entre R$ 10,76 bilhões e R$ 11,48 bilhões anuais — diferença explicada pelas distintas metodologias adotadas.
Os prejuízos, segundo os especialistas, se manifestam de diversas formas: interrupção de transportes e serviços, aumento dos gastos públicos e privados com segurança, altos custos com seguros e sistemas de proteção, além da redução da competitividade econômica do estado.
“No caso do Rio, isso significa bilhões que poderiam ser investidos em educação, saúde e infraestrutura, além de uma política de segurança mais eficaz e menos dispendiosa” concluiu Valle.