quarta-feira, 10 de setembro de 2025 - 3:55

  • Home
  • Alerj
  • Levantamento expõe falhas graves em abrigos do RJ e situação de mais de 1,1 mil crianças

Levantamento expõe falhas graves em abrigos do RJ e situação de mais de 1,1 mil crianças

Foto: Agência Senado

Um retrato inédito da realidade do acolhimento institucional no Rio de Janeiro será apresentado pela primeira vez ao público no próximo dia 26 de agosto, na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj). A Avaliação Longitudinal das Instituições de Acolhimento (ALIA 2024-2025), conduzida pelo Instituto Rede Abrigo em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), investigou 130 unidades de acolhimento e registrou informações de 1.156 crianças e adolescentes. O levantamento abrangeu mais de 80% da rede fluminense, dando amplitude inédita ao diagnóstico.

Os dados revelam que, mesmo após o acolhimento, meninos e meninas seguem expostos a graves violações de direitos. A pesquisa apontou defasagem escolar persistente, limitações no acesso à saúde física e mental e estruturas precárias em diversas instituições.

Grande parte das crianças e adolescentes chega aos abrigos com histórico de violência física, psicológica e, em alguns casos, sexual. Essas marcas exigem atendimento especializado, que nem sempre está disponível. No campo da saúde, as unidades enfrentam dificuldades para garantir tratamentos contínuos, especialmente em casos de doenças crônicas. O acesso à saúde mental também é limitado, com obstáculos para encaminhamento e manutenção de atendimentos psicológicos e psiquiátricos.

Na educação, o atraso escolar aparece como um dos desafios mais críticos: muitos acolhidos estão em séries incompatíveis com a idade, o que compromete o aprendizado e eleva o risco de evasão. Já em relação à infraestrutura, a pesquisa constatou situações em que crianças precisam compartilhar roupas, objetos pessoais e até espaços de guarda, comprometendo a privacidade e a dignidade dos acolhidos.

Para o diretor do Instituto Rede Abrigo, Douglas Lopes, os resultados apontam a necessidade de uma resposta imediata. “Estamos falando de crianças e adolescentes que já sofreram violações graves e que, mesmo no acolhimento, enfrentam barreiras para acessar direitos básicos. A pesquisa mostra realidades que precisam ser enfrentadas com políticas mais fortes, recursos adequados e equipes preparadas”, afirma.

Os resultados completos serão debatidos no dia 26 de agosto, às 10h, no Auditório das Comissões da Alerj, no evento “Cenário do Acolhimento Institucional de Crianças e Adolescentes no RJ”, promovido pelo Instituto Rede Abrigo em parceria com a Comissão de Direito da Criança e do Adolescente da Alerj.

Receba notícias no WhatsApp e e-mail

Clique aqui para acessar a Fonte da Notícia

VEJA MAIS

Justiça condena ex-agentes da ditadura por tortura e desaparecimento na ‘Casa da Morte’, em Petrópolis

“Camarão” só foi identificado como o soldado do Exército Antônio Waneir Pinheiro Lima, após a…

Detran inaugura posto exclusivo para pessoas com deficiência visual no Instituto Benjamin Constant

Foto: Divulgação Pela primeira vez no Brasil, pessoas com deficiência visual contam com um posto…

Países amazônicos não precisam de intervenções estrangeiras, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (9), que os países amazônicos…

Ir para o conteúdo