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LIRAa: Mapa da dengue no estado

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O Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) foi idealizando para monitorar a população (e dispersão) do vetor da dengue. Contudo, com a introdução da febre de chikungunya e, mais recentemente, da febre zika em nosso país, a metodologia passou a ser adotada também para o monitoramento do Aedes albopictus, que também é capaz de transmitir as doenças.
A febre de chikungunya é uma doença parecida com a dengue, causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae, que tem seu modo de transmissão também pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado e, menos comumente, pelo mosquito Aedes albopictus, justificando a importância deste monitoramento, visto que, ambas as espécies têm todas as condições de espalhar esses vírus durante o verão.
A febre zika é uma doença viral aguda, causada pelo vírus da Zika ou ZikaV da família Flaviviridae, do gênero Flavivirus, também transmitida por mosquitos, principalmente Aedes aegypti, caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3-7 dias.
O LIRAa, realizado periodicamente pelos municípios do Estado do Rio de Janeiro, fornece o Índice de Infestação Predial (IIP) e o Índice de Infestação em Depósitos (Índice de Breteau – IB) do Aedes aegypti e do Aedes albopictus, isso o torna um importante instrumento de orientação, pois identifica as áreas prioritárias para medidas e ações estratégicas de controle e combate ao mosquito, visando à redução dos índices de infestação municipais e, consequentemente, o controle da Dengue e da Febre de Chikungunya. Em cada município, agentes de saúde visitam residências e outros tipos de imóveis, para inspecionar e identificar os criadouros, e ao encontrar, coletar as larvas ou pupas para análise em laboratório.
De acordo com as Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue (2009), os parâmetros para classificação dos estratos e dos municípios, quanto à infestação pelo Aedes aegypti (e também adotados para o Aedes albopictus), são: menor que 1%, satisfatório; de 1% e 3,99%, alerta; acima de 3,99%, risco.
Levantamento do Aedes Aegypti
Em 2015, o quarto levantamento foi realizado no início da 43ª semana epidemiológica, compreendida entre os dias 18 a 24 de outubro de 2015.
Em agosto 2015 alguns municípios realizaram o levantamento opcionalmente, para acompanhamento local.
Com base nas informações recebidas dos municípios, configurou-se o seguinte cenário para o Estado:
Dos 92 municípios, 80 (86,96%) informaram a realização do levantamento. Destes, 46 (57,50%) classificados como satisfatórios e 33 (41,25%) em alerta e 1 (1,25%) em risco. Neste ciclo, 12 municípios não informaram (13,04%).
Foram pesquisados 891 estratos amostrais. Destes, 511 (57,35%) classificados como satisfatório, 347 (38,95%) em alerta e 33 (3,70%) em risco, estes últimos, distribuídos em 14 municípios.
Municípios que apresentaram estratos classificados como em Risco, por região
Metropolitana I
Duque de Caxias (54 estratos: 13 satisfatórios, 38 em alerta e 3 em risco);
Belford Roxo (29 estratos: 20 satisfatórios, 08 em alerta e 1 em risco);
Nova Iguaçu (43 estratos: 20 satisfatórios, 21 em alerta e 2 em risco);
Itaguaí (8 estratos: 0 satisfatório, 5 em alerta e 3 em risco);
Mesquita (7 estratos: 5 satisfatórios, 1 em alerta e 1 em risco);
Queimados (10 estratos: 3 satisfatórios, 6 em alerta e 1 em risco);
Rio de Janeiro (250 estratos: 143 satisfatórios, 104 em alerta e 3 em risco);
São João de Meriti (26 estratos: 14 satisfatórios, 10 em alerta e 2 em risco);
Metropolitana II
Itaboraí (18 estratos: 2 satisfatórios, 9 em alerta e 7 em risco);
São Gonçalo (52 estratos: 26 satisfatórios, 21 em alerta e 5 em risco);
Baixada Litorânea
Rio das Ostras (10 estratos: 4 satisfatórios, 5 em alerta e 1 em risco);
Iguaba Grande (4 estratos: 1 satisfatório, 2 em alerta e 1 em risco);
Norte Fluminense
Carapebus (1 estrato: 0 satisfatório, 0 em alerta e 1 em risco);
Macaé (10 estratos: 2 satisfatórios, 6 em alerta e 2 em risco);
Das 9 regiões, 4 apresentam estratos em risco colocando os municípios, que fazem fronteira entre si e com outros estados, em alerta, por possibilitar a propagação do vetor nestas regiões.
Depósitos predominantes (onde foram encontrados focos do vetor com mais frequência)
Depósitos para armazenamento de água ao nível do solo para uso doméstico;
Depósitos móveis (pequenos e médios depósitos que armazenam água e não podem ser descartados. Ex.: vasos, frascos, pratos, pingadeiras, bebedouros etc.).
A predominância desses depósitos indica a necessidade de ações locais e articuladas entre as áreas responsáveis pela distribuição de água, controle de vetores, educação em saúde, mobilização social e coleta regular de lixo.
Contudo, considerando os dados epidemiológicos, as informações sobre o vírus circulante e os resultados do LIRAa, persiste a necessidade de manter as ações de controle do vetor durante todo o ano.
Em comparação ao LIRAa realizado em outubro de 2014, houve aumento no número de municípios que realizaram o levantamento (de 79 para 80) e um aumento no número de estratos (de 834 em 2014 para 891 em 2015). Quanto à classificação, os satisfatórios diminuíram de 560 para 511 em 2015, em alerta aumentaram de 255 para 347 em 2015 e os em risco aumentaram de 19 para 33 estratos.
Os 5 municípios que apresentaram os maiores Índices de Infestação Predial foram: Carapebus (4,6%), Itaboraí (3,2%), Iguaba Grande (2,8%), Macaé (2,2%) e Santo Antônio de Pádua (2,5%).
Continuando a comparação com o ano anterior, observa-se uma diminuição no número de municípios que apresentaram índice zero, de 13 para 11, destes destacam-se os municípios de Areal, Comendador Levy Gasparian, Engenheiro Paulo de Frontin, Cordeiro, Santa Maria Madalena e São José do Vale do Rio Preto, que apresentaram o mesmo resultado nos dois anos. Além desses, os municípios de Mendes, Paty de Alferes, Vassouras, Pinheiral e Rio das Flores também apresentaram o mesmo resultado.
É importante registrar o período de estiagem que antecedem o início de primavera e as baixas temperaturas que podem influenciar a queda dos índices, fato que deve ser considerado na observação dos indicadores.
A sazonalidade tem grande impacto no LIRAa, isto porque o clima interfere diretamente no comportamento e na reprodução do vetor, logo, não se deve comparar os IIP de períodos distintos. No entanto, é possível utilizar alguns resultados do levantamento imediatamente anterior como parâmetro. Neste caso, comparado ao realizado em maio de 2015, observa-se um aumento de municípios classificados como satisfatório de 29 para 46 e uma redução nos que se encontravam em alerta de 37 para 33, o mesmo correndo com os de alto risco, de 2 para 1.
O Estado do Rio de Janeiro encontra-se na categoria ALERTA.
Levantamento do Aedes albopictus
O presente levantamento tem como objetivos, descrever e analisar a evolução da infestação pelo Aedes albopictus nas regiões urbanas dos municípios e discutir seu possível papel de elo entre as formas silvestre e urbana da transmissão do vírus.
O vetor consegue se dispersar muito bem entre a mata e a cidade. Como existem vários vírus circulando em ambiente silvestre, o Ae. albopictus, por sua característica exofílica, se torna um vetor com potencial para se infectar com um vírus silvestre e levar este vírus para o ambiente urbano.
Esse mosquito tem demonstrado elevada capacidade para utilizar uma ampla variedade de criadouros artificiais no território urbano, sem abandonar ecótopos naturais. As formas imaturas desse mosquito nas áreas urbanas se mantêm, principalmente, em pneus, caixa d’água, vasos de plantas, latas, garrafas, bebedouros de animais e/ou ainda outros objetos que retenham água (Ministério da Saúde, 1998).
Dos 80 municípios que informaram o LIRAa, em 47 foi encontrado o vetor, evidenciando sua presença em todas as regiões do estado. Foi identificada a diminuição do número de municípios com a presença do vetor, em relação a Maio de 2015, quando foram 51. Os 3 municípios que apresentaram os maiores Índices de Infestação Predial para Aedes albopictus foram: Campos dos Goytacazes (1,7%), Itaguaí (1,4%) e Guapimirim (1,1%).