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Miliciano repassou mais de R$ 200 mil a Queiroz em ‘rachadinha’, diz denúncia

O ex-policial militar Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro deste ano, repassou mais de R$ 200 mil a Fabricio Queiroz, ex-assessor parlamentar do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), em esquema de “rachadinha”, de acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

De acordo com os promotores, Queiroz teria sido o operador financeiro de Flávio no esquema por 11 anos.   

Adriano, acusado de integrar uma milícia no Rio de Janeiro, utilizou duas pizzarias e os cargos de assessoras fantasmas da mãe, Raimunda Magalhães, e da esposa, Danielle Mendonça, na Alerj, para fazer os repasses a Queiroz. De acordo com o MP-RJ, a análise da movimentação financeira de Queiroz, mostrou R$ 203.002,57 repassados por Danielle e Raimunda.

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Segundo os promotores, entretanto, o valor desviado da verba da Alerj pode chegar a R$ 400 mil reais, pois também investigam o paradeiro de R$ 208 mil retirados em espécie das contas da mãe e esposa de Adriano. 

Outros 17 depósitos em espécie, que totalizam R$91.796,00, feitos para a conta de Queiroz entre janeiro de 2016 a janeiro de 2017 também são alvos de investigação dos promotores.

As operações financeiras foram feitas numa agência do Banco Itaú, em Rio Comprido, na zona central do Rio e localizada na mesma rua dos restaurantes controlados pela mãe de Adriano. Segundo a denúncia, isso indica que os depósitos “também podem ter sido oriundos de transferências das empresas ou de familiares do falecido Adriano Magalhães da Nóbrega realizados em espécie para não deixar rastros da origem dos recursos ilícitos no sistema bancário”, descrevem os promotores. 

Procurada, a defesa de Fabrício Queiroz e da mulher dele, Márcia Aguiar, afirmou “que é inverídica a acusação de desvio de valores na Alerj”, e que “Márcia sempre exerceu com rigor as atribuições legais dos cargos que ocupou”. Já os advogados do senador Flávio Bolsonaro, até o momento, não retornaram às ligações e não responderam as mensagens enviadas. As defesas de Raimunda e Danielle não foram localizadas. 

Adriano da Nóbrega era ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, e foi denunciado no início do ano de 2019 pelo MP-RJ, na Operação “Intocáveis” sob a acusação de integrar o grupo de milicianos e assassinos de aluguel conhecido como “Escritório do Crime”.

Em outubro de 2003, o senador Flávio Bolsonaro homenageou o ex-capitão pelos “inúmeros serviços prestados à sociedade”, e dois anos depois, em junho de 2005, concedeu-lhe a maior honraria da Alerj, a Medalha Tiradentes.

(*Sob supervisão de Maria Mazzei)

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