A trágica morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, durante uma trilha no vulcão Monte Rinjani, na Indonésia, no fim de junho, deve ser mencionada no encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente indonésio Prabowo Subianto, que acontece na próxima quarta-feira (10), em Brasília.
Segundo o embaixador Aloysio Gomide Filho, diretor do Departamento de Comunidades Brasileiras e Assuntos Consulares do Itamaraty, caso o tema seja abordado, será para “expressar o agradecimento ao governo indonésio pelo empenho no caso”.
A jovem carioca sofreu quedas durante uma trilha guiada e chegou a receber socorro, mas não resistiu. A atuação das autoridades indonésias foi elogiada pela diplomacia brasileira, que afirma ter prestado todo o apoio necessário, dentro das limitações climáticas da região.
O presidente Lula recebe esta semana dois líderes asiáticos: Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, e Prabowo Subianto, chefe de Estado da Indonésia. Ambos serão recebidos com honras de Estado. A visita de Modi acontece na terça-feira (9), no Palácio do Alvorada, e inclui reunião bilateral e assinatura de pelo menos seis acordos. Já a de Prabowo será na quarta-feira (10), no Palácio do Planalto, com almoço oficial e discussões sobre segurança alimentar, mudanças climáticas e o conflito no Oriente Médio.
A agenda de Lula com os dois líderes marca a tentativa do governo brasileiro de estreitar laços estratégicos com países da Ásia, região que passou a ser tratada como prioridade na política externa do atual mandato. A Índia e a Indonésia, membros do grupo Brics, são vistos como aliados importantes nesse reposicionamento diplomático.
Durante a visita de Prabowo, também devem ser discutidas possíveis expansões comerciais, como o aumento da exportação de carne bovina brasileira e a abertura do mercado nacional à carne de frango da Indonésia. O encontro ocorre no contexto da recente retomada da emissão de vistos entre os dois países.
Cinco instrumentos bilaterais estão em negociação, em áreas como defesa, vigilância sanitária, assistência mútua e educação, além da possibilidade de uma visita de Lula à Indonésia em outubro, durante a cúpula da ASEAN.
“Considero visionária esta política de priorizar a Ásia que tem sido feita pelo governo Lula”, afirmou a embaixadora Susan Kleebank, secretária de Ásia e Pacífico do Itamaraty, responsável pelas articulações com Nova Délhi e Jacarta.