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“Não é hora de retaliar“, diz chanceler que contornou tarifa de Trump à CNN

Para o ex-chanceler Aloysio Nunes (2017-2018), “não é hora” de o Brasil retaliar as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às importações de aço e alumínio. Em entrevista à CNN, o quadro defende a solução pela diplomacia.

“Nossa diplomacia é muito competente. Não é hora disso ainda [retaliação], é hora da diplomacia”, disse o ex-ministro das Relações Exteriores.

Ao defender a via diplomática, o ex-chefe do Itamaraty destaca a percepção de que as tarifas estabelecidas para o aço e alumínio se diferenciam daquelas anunciadas a México e Canadá, por exemplo — que extrapolam o aspecto econômico e ganham caráter político.

“Essas tarifas, sobre o aço, não tem esta característica [política]. É uma medida adotada para proteger o mercado americano. Uma ação protecionista, econômica. E deve ser tratada como tal”, disse.

Aloysio Nunes era o ministro das Relações Exteriores quando Trump, em seu primeiro mandato, em 2018, anunciou tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, atingindo o Brasil. Após negociações, ainda naquele ano, os Estados Unidos recuaram e estabeleceram um sistema de cotas.

No caso dos produtos semiacabados de aço, o Brasil poderia exportar até o volume médio registrado entre 2015 e 2017. Para os produtos acabados, o teto estabelecido foi 30% inferior à média do mesmo período.

Papel do setor privado

Na visão de Nunes, o diálogo da diplomacia brasileira junto ao setor privado, tanto nacional quanto norte-americano, é “chave” a fim de se encontrar caminhos para contornar as tarifas.

Segundo o ex-chanceler, pesou para o sucesso nas negociações diplomáticas naquele momento tanto os interesses das empresas brasileiras quanto das americanas: “Havia convergência entre aqueles que produzem e aqueles que compram nosso aço”, disse à CNN.

Do lado americano, pressionaram por uma resolução, por exemplo, os setores automobilístico e de construção civil, que se utilizam do aço brasileiro em suas linhas. Também contribuiu o peso do segmento de carvão siderúrgico dos EUA, que vendem às siderúrgicas do Brasil o combustível utilizado em altos-fornos.

“Houve um entendimento diplomático, que foi impulsionado com esta pressão do setor privado”, disse o ex-ministro. Trump assinou na segunda-feira (10) um decreto que impõe taxas de 25% para todas as importações de aço e alumínio para o país a partir de 4 de março.

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