
No Parque Estadual da Serra da Concórdia, em Valença, no Sul fluminense, foi registrada a presença de uma onça-pintada. Segundo técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) este não foi o primeiro avistamento do felino, um dos maiores do mundo, na região.
As imagens da onça-pintada foram capturadas no dia 29 de setembro, por meio de armadilhas fotográficas do Projeto Aventura Animal. Os registros mostram o maior predador das Américas percorrendo a mata durante o dia. O que demonstra que o felino, um macho adulto, está confortável no ambiente.
A ausência da espécie no Estado do Rio de Janeiro datava dos anos 1970. O seu reaparecimento vem sendo monitorado pelo Inea e órgãos parceiros de forma intensiva, dentro de uma área protegida, garantindo a segurança do felino e da população.
As autoridades ambientais reforçam que não há registros de contato da onça-pintada com seres humanos, pois o animal apareceu é uma região remota da unidade de conservação, que está sendo alvo de marcação territorial pelo felino. A prática evidencia a qualidade ambiental da área e sugere a existência de outros animais importantes para a biodiversidade local.
Os técnicos do Inea, além de analisarem as imagens e relatos do animal, também avaliam as suas pegadas e fezes, para identificar a dieta do indivíduo baseada em animais como capivaras, catetos e tapitis.
O secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, ressaltou que existem cerca de 300 indivíduos dessa espécie em toda a Mata Atlântica. A aparição da onça-pintada em Valença foi impulsionada pelo fato de o Rio de Janeiro ter sido o único estado que apresentou aumento de área florestal:
“O Rio de Janeiro foi o único estado que apresentou aumento de área florestal e já estamos colhendo os resultados desse trabalho sério e assertivo de proteção aos nossos patrimônios ambientais. Só existem cerca de 300 indivíduos dessa espécie em toda a Mata Atlântica e queremos assegurar políticas públicas que garantam sua preservação”, afirmou Bernardo Rossi.
Diante do retorno do animal ao habitat fluminense, o Inea desenvolveu um plano de acompanhamento e educação ambiental, por meio do qual a população tem sido orientada por educadores ambientais, guarda-parques e materiais educativos. Em celebração à aparição da onça-pintada a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade vai adquirir novas câmeras para monitorar a fauna.
O Inea pede à população para não tentar registrar o animal por conta própria, nem atrai-lo seja com alimentos ou outros atrativos; o que é proibido e perigoso. Em caso de avistamento em sua propriedade ou caminho, não é preciso alarde, pois trata-se de um animal discreto e calmo, que não se aproxima de casas ou animais domésticos. A orientação é deixar que ele siga o seu caminho.
O instituto recomenda ainda cachorros e animais domésticos sejam mantidos presos e juntos à aos donos e tutores dentro da suas respectivas propriedades. Também é recomendado evitar as florestas ou beiras de mata durante a noite, locais onde o felino tem estado.
O Inea lembra que a caça de animais silvestres na mata é crime ambiental.