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Rioluz vira alvo de denúncia por suposto loteamento político e inchaço de cargos no Rio

Sede da Prefeitura do Rio

A Companhia Municipal de Energia e Iluminação, a Rioluz, entrou no radar do Tribunal de Contas do Município (TCM) após receber uma notificação do vereador Pedro Duarte (Novo), que acusa a autarquia de abrigar nomeações políticas com foco em 2026. O alerta foi protocolado na noite de terça-feira (01/07) e mira especialmente o aumento expressivo no número de cargos comissionados neste ano.

Segundo a denúncia, apenas nos primeiros seis meses de 2025, foram criados 63 novos postos na estrutura da Rioluz, sendo que 48 deles representam cargos inéditos e outros 15 vieram de realocações de servidores de outras pastas. Além disso, 36 pessoas teriam substituído funcionários exonerados, elevando de 347 para 410 o total de empregados comissionados.

Pedro Duarte afirma que, entre os nomeados, ao menos 14 têm histórico eleitoral ou passagem por administrações municipais do interior fluminense, o que, para ele, configura uma estratégia de aparelhamento político. Os perfis vão de ex-candidatos a vereador a ex-secretários e até ex-prefeitos, como Valber Luiz Marcelo de Carvalho, que comandou Tanguá, e Brayan Lima Cordeiro, ex-secretário de Saúde de Belford Roxo.

Também entram na lista Alexandre dos Reis Ferreira, que disputou vaga de vereador em Nilópolis, e Marcos Felipe Cunha Carvalho, ligado ao ex-deputado federal Marco Antônio Cabral. Outro caso citado é o de Ronaldo do Carmo Anquieta, suplente de deputado estadual e ex-candidato à Prefeitura de Barra Mansa, que foi promovido na Rioluz apenas oito dias depois de assumir cargo inicial.

Criada em 1990, a Rioluz tinha como principal missão fiscalizar contratos de concessão da iluminação pública, como o firmado em 2020 com o consórcio Smart Luz, responsável por gerir postes e câmeras de monitoramento no Rio. Apesar de não ter ampliado seu escopo de atividades nos últimos cinco anos, a autarquia ganhou novos quadros e promoveu servidores para funções consideradas estratégicas, incluindo chefia de gabinete e diretorias de projetos.

O vereador vê motivação eleitoral na movimentação e chama a Rioluz de “caso emblemático” de aparelhamento. Segundo ele, o objetivo seria garantir força política para a disputa de 2026, quando o prefeito Eduardo Paes planeja tentar o governo do estado. Paes, bem cotado nas pesquisas, já tem feito sinalizações a lideranças do interior fluminense — e a lista de nomeados na Rioluz contemplaria justamente quadros de diferentes regiões fora da capital.

A nomeação de Rafael Thompson, ex-secretário de Governo de Cláudio Castro (PL) e ex-chefe de gabinete do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), para a presidência da Rioluz, também alimenta as suspeitas de uso político. Thompson assumiu o comando da empresa em dezembro do ano passado, em movimento interpretado como um gesto de aproximação entre Paes e grupos rivais no estado.

Duarte pediu ao TCM que apure se as novas funções realmente se justificam, se há compatibilidade legal para a criação desses cargos e se o processo atende ao interesse público.

Em resposta, a Rioluz negou irregularidades e disse que todas as nomeações seguem critérios técnicos, passando por aprovação da Secretaria de Integridade do município. A companhia também argumentou que reforçou suas equipes diante de projetos de modernização de iluminação em túneis, parques e vias públicas, além de fiscalizações ampliadas.

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