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Sindicatos entram na Justiça contra atraso de pagamento

Mesmo sem benefício, aposentados e pensionistas descontarão plano de saúde

O atraso no pagamento de benefícios de 137 mil aposentados e pensionistas que recebem mais de R$ 2 mil líquidos motivou entidades sindicais a entrar ontem na Justiça contra o governo. A medida foi tomada no dia seguinte ao anúncio oficial. Por enquanto, ingressaram com mandado de segurança o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, a União dos Professores Públicos no Estado-Sindicato e o Clube de Oficiais do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Todas as ações destacaram o direito líquido e certo ao recebimento de verba de natureza alimentar, de caráter previdenciário.

Nesta quarta-feira, os servidores aposentados e pensionistas que vão ficar sem benefício hoje ainda tiveram a ingrata surpresa de descobrir que não serão perdoados de juros e multa da mensalidade do plano de saúde contratado por meio de convênio do estado com a Aliança Administradora. A Secretaria Estadual de Planejamento solicitou à empresa uma solução que não prejudicasse os inativos e pensionistas, mas não conseguiu.

Quem tiver dinheiro em conta corrente terá o valor da mensalidade debitado hoje normalmente. Os segurados sem saldo terão que acessar o site da Aliança (www.aliancaadm.com.br) a partir desta segunda-feira, para emitir o boleto com vencimento para o dia seguinte. O aposentado ou pensionista será obrigado a pagar o boleto com acréscimo de juros diários de R$0,33 mais multa de 2% ao mês. A Aliança esclareceu que enviará torpedos informando quando o documento estará disponível no site.PROTESTO NA ALERJ

Viúvas de policiais militares e bombeiros marcaram protesto para hoje, às 10 horas, nas escadarias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Também haverá protesto unificado do funcionalismo público às 14h no mesmo local. O governador em exercício, Francisco Dornelles, se reúne com as lideranças sindicais na próxima segunda-feira, na Secretaria Estadual de Educação

“CADA DIA COM SUA AGONIA”
O secretário estadual de Fazenda, Júlio Bueno, deixou claro ontem, em entrevista coletiva, que não há como prever como serão os próximos meses. Mas destacou que o objetivo é pagar as folhas de março e de abril em maio: “Cada dia com a sua agonia. Dornelles também declarou ser um “dia triste” porque não conseguiu pagar a todos: “Os inativos são pagos pelo Rioprevidência, que tem um déficit de R$ 12 bilhões e não teve recursos para pagar todos os inativos e pensionistas. O estado teve de assumir e só pode pagar inativos até R$ 2 mil. É uma situação trágica”.

O secretário da Casa Civil, Leonardo Espíndola, explicou que o estado declarou que foi uma decisão “dura”: “Nós tivemos que olhar para a população do Rio, que precisa dos professores, policiais trabalhando. É a decisão que menos prejudica o cidadão”.
Como pagar as contas foi a mesma pergunta que o bombeiro aposentado Jayme Pereira, 59 anos, e a professora aposentada Iêda Ribeiro, 76 anos, fizeram ontem. Também em comum eles têm o temor de não conseguir tratar a saúde sem o pagamento dos benefícios. Os dois têm promessa de receber até o dia 12 de maio.

COLUNA DO SERVIDOR/O DIA