
A megaoperação policial chefiada pelo Governo do Estado do Rio Janeiro nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte carioca, realizada na última semana, continua a repercutir em vários setores da sociedade, muitos dos quais em franco apoio ao desempenho das forças de segurança fluminenses e ao Governo do Estado.
No último Domingo, dia 2 de novembro, a Associação Rio Vamos Vencer (RVV), entidade voltada para a promoção do Rio de Janeiro como segunda capital do Brasil, divulgou uma nota parabenizando a iniciativa do chefe do Executivo estadual, o governador Cláudio Castro (PL) e as policiais Civil e Militar pelo “pelo acerto e eficiência da operação” Contenção, levada a cabo no dia 28 de outubro, contra integrantes do Comando Vermelho que dominam e amedrontam moradores na região.
Na nota, a entidade manifestou solidariedade aos agentes mortos pelos traficantes, bem como às suas famílias. O comunicado ressaltou a necessidade de os poderes constituídos em suas respectivas esferas de atuação despertarem para a “gravidade do quadro” de criminalidade estabelecida no Rio de Janeiro e no Brasil:
“Esperamos que os poderes constituídos, executivos, legislativos e judiciários, em nível federal, estadual e municipal, extraiam, de positivo, um despertar para a gravidade do quadro e para a urgência de melhorar a eficiência no combate ao crime organizado, seja ao CV, PCC, milícias ou outros”, afirmou a entidade, ressaltando ainda o sofrimento de cariocas e fluminenses diante das perdas de vidas, e do desequilíbrio socioeconômico gerado pela criminalidade espalhada no território fluminenses, especialmente na capital:
“Nós, cariocas e fluminenses estamos sofrendo com a perda de nossas crianças e jovens para o crime, com a morte de policiais e de inocentes e pela migração de diversos empresários, executivos, cientistas e de atividades econômicas para outros locais, diante da insegurança e medo”, disse o RVV.
A instituição enfatizou o cansaço da sociedade no que diz respeito às “disputadas politiqueiras” que “beiram a irresponsabilidade” diante do domínio que os traficantes faccionados impuseram a vastas regiões populares do Estado do Rio:
“A sociedade está cansada de assistir a disputas ‘politiqueiras’, que beiram a irresponsabilidade, diante da seriedade que o tema requer. Muitos políticos querem buscar palanque, bem como bandeiras, para manter-se no cenário da política estadual e nacional, mas o que devem e a população quer é resultado efetivo que resulte em segurança e bem-estar para suas famílias”, reclamou a Rio Vamos Vencer, lembrando que a população só quer ter seus direitos básicos assegurados, como o direito à vida e do transitar livremente:
“Queremos ter o direito de ir e vir, de educar nossos filhos e filhas longe do tráfico e da marginalidade, livres dos ‘pseudo defensores e justiceiros’, sejam estes os que dominam o poder paralelo, nas comunidades, ou o poder oficialmente constituído”, afirmou a entidade, lembrando que o crime organizado está infiltrado em vários segmentos líticos a sociedade.
A Associação Rio Vamos Vencer destacou ainda a necessidade de o Governo do Estado dar continuidade “permanente” ao combate dos criminosos que atuam no Rio, em parceria com a “sociedade organizada” e a “imprensa”:
“Temos que ter uma atuação de Estado, de forma permanente e não espasmódica, com medidas de curto, médio e longo prazo, em parceria, inclusive, com a sociedade organizada, é fundamental também a colaboração da imprensa nessa direção”, disse a organização, reforçando que pesquisas de opinião verificaram que moradores de favelas cariocas apoiam as operações policiais “para se livrarem do jugo dos criminosos”.
Operação Contenção
Considerada a mais letal ocorrida no Rio de Janeiro, a operação mobilizou 2.500 policiais civis e militares para cumprir cerca de 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão nos complexos de Penha e do Alemão, áreas consideradas o Quartel General do Comando Vermelho não apenas no Estado, mas também no Brasil.
A Contenção resultou em 121 mortes: 117 criminosos e 4 policiais. Além disso, 113 bandidos foram presos; sendo pelo menos um terço deles de Estados, como Bahia, Ceará, Pernambuco, Goiás e Amazonas. Durante a operação também foram apreendidos 10 menores infratores; além de 1 tonelada de drogas, 91 fuzis, 26 pistolas, 1 revólver.
Na última sexta-feira (31), a secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, disse em entrevista coletiva, segundo o G1, que o Comando Vermelho chega a distribuir 10 toneladas de drogas para outras favelas sob o seu domínio no território fluminense. A facção também distribui, mensalmente, de 50 a 70 fuzis aos seus comparsas. O secretário Felipe Curi disse ainda que os últimos 15 anos registram uma forte expansão nacional do Comando Vermelho.
Leia abaixo, a nota da Associação Rio Vamos Vencer na íntegra:
“POR UM DESPERTAR
A diretoria da Associação Rio Vamos Vencer, diante da megaoperação realizada em 28/10, na Cidade do Rio de Janeiro, em primeiro lugar quer parabenizar o governador Cláudio Castro e a Polícia do Rio de Janeiro pelo acerto e eficiência da operação, e manifestar solidariedade com a família dos agentes da lei tombados em combate. Esperamos que os poderes constituídos, executivos, legislativos e judiciários, a nível federal, estadual e municipal, extraiam, de positivo, um despertar para a gravidade do quadro e para a urgência de melhorar a eficiência no combate ao crime organizado, seja ao CV, PCC, milícias ou outros.
Nós, Cariocas e Fluminenses estamos sofrendo com a perda de nossas crianças e jovens para o crime, com a morte de policiais e de inocentes e pela migração de diversos empresários, executivos, cientistas e de atividades econômicas para outros locais, diante da insegurança e medo.
A sociedade está cansada de assistir a disputas ‘politiqueiras’, que beiram à irresponsabilidade, diante da seriedade que o tema requer.
Muitos políticos querem buscar palanque, bem como bandeiras, para manter-se no cenário da política estadual e nacional, mas o que devem e a população quer é resultado efetivo que resulte em segurança e bem-estar para suas famílias.
Queremos ter o direito de ir e vir, de educar nossos filhos e filhas longe do tráfico e da marginalidade, livres dos ‘pseudo defensores e justiceiros’, sejam estes os que dominam o poder paralelo, nas comunidades, ou o poder oficialmente constituído.
A infiltração do crime organizado nos diferentes poderes, na atividade empresarial e no domínio territorial é assustadora.
O tema Segurança Pública exige muita competência, comprometimento, coragem e ação.
Temos que ter uma atuação de Estado, de forma permanente e não espasmódica, com medidas de curto, médio e longo prazo, em parceria, inclusive, com a sociedade organizada, é fundamental também a colaboração da imprensa nessa direção.
Conforme demonstram as pesquisas, moradores das comunidades estão dispostos a apoiar até mesmo os riscos do confronto armado, para se livrarem do jugo dos criminosos.
É hora de muita união, reflexão e ação!”.