Mínima foi de 17 ºC. Em Copacabana ventos atingiram 83 km/h
LUCAS GAYOSO
Rio – Pedras portuguesas soltas, folhas de árvores caídas e pedestres tentando se proteger da água invadindo o calçadão. Este era o cenário da praia do Arpoador na primeira manhã de frente fria após meses de sol e temperaturas extremas na cidade. Na Praia de Piratininga, Região Oceânica de Niterói, a ressaca chegou com ainda mais força, destruindo parte do calçadão. Segundo o Centro de Hidrografia da Marinha, o mar ainda pode subir hoje, com ondas de 2,5m a 3,5m.Durante o dia de ontem, a temperatura não passou dos 25 graus e a mínima ficou em 17,2º, no Alto da Boa Vista. Os ventos chegaram a 83 quilômetros por hora (km/h) no Forte de Copacabana. A previsão é que hoje os termômetros se mantenham dentro da mesma faixa, mas a frente fria tende a se afastar no fim de semana. ” Agente já está na metade do outono, logo o inverno chega, então é comum essa redução gradual da temperatura, com ares mais frios e ventos úmido”, disse a meteorologista do Centro de Operações Rio (COR) Juliana Hermsdorff.
Depois de tantos dias ensolarados, cariocas e turistas estranharam o clima. Encolhendo o braços dentro da blusa para se aquecer, a dentista Márcia Vieira, de 28 anos, tentava tirar uma foto do mar e acabou se molhando com o avanço de uma onda. “A gente se acostumou ao calor, então está parecendo ainda muito mais frio. Está parecendo São Paulo”, disse.
Também teve quem comemorasse a chegada do vento sudoeste, responsável por trazer grandes ondulações à cidade. “Aqui no Arpoador ainda está muito mexido (revolto), mas na praia do Diabo o vento está entrando perfeito e proporcionando boas ondas. É um presente depois de meses sem condições para o surf”, disse o procurador do município Jorge Ottoni, de 26 anos.
O gari Erivaldo Santos, de 42 anos, se esforçava para recolher a grande quantidade de lixo que o vinha do mar. “Esse lixo todo vem da Rocinha quando a maré enche desse jeito. É uma pena, porque acho o espetáculo da força da natureza muito bonito”, contou.
Depois que parte do piso da orla cedeu em Piratinga, a Defesa Civil interditou o local. Um quiosque localizado no calçadão corria o risco de desabar. Em um grupo de Niterói no Facebook, moradores publicaram imagens do estrago provocado pela força do mar e lamentaram o ocorrido. “Raridade ressaca com essa força”, avaliou Wellington Rocha. “Tomando de volta o que é dela”, pontou Priscila Sampaio
Para não correr risco durante ressacas, o Corpo de Bombeiros orienta a evitar o banho e prática de esportes do mar, não permanecer em mirante da orla ou locais próximo ao oceano e evitar trafegar na orla se as ondas estiverem atingindo a ciclovia.