Febre Amarela: saiba quem deve se vacinar

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A vacina contra febre amarela é a medida mais importante para prevenção e controle da doença em territórios com circulação comprovada do vírus. Produzida no Brasil e utilizada desde 1937, apresenta eficácia superior a 90%, é segura e garante proteção durante toda a vida Em nosso país, as pessoas que não moram nas áreas com recomendação da vacina ou que não irão viajar para estas regiões não precisam se vacinar neste momento. No estado do Rio de Janeiro, que não configura entre as regiões endêmicas da doença, a Secretaria de Estado de Saúde está adotando medidas preventivas, com a vacinação de bloqueio em regiões selecionadas, além de intensificar a vigilância em saúde em todo o estado, num trabalho coordenado junto às prefeituras.

A partir deste sábado, 28/1, 16 municípios das Regiões Noroeste, Norte, Centro Sul e Serrana darão início à campanha de vacinação de bloqueio: o objetivo é criar um cinturão de imunização para tentar impedir a entrada do vírus no RJ. Localizados nas divisas com os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, as prefeituras de Cantagalo, Carmo, Comendador Levy Gasparian, Bom Jesus do Itabapoana, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua e Varre-Sai irão vacinar a população com idades entre 9 meses e 60 anos, obedecendo aos critérios e contraindicações das vacinas. Além destes, os municípios de Campos dos Goytacazes, São Francisco de Itabapoana, Itaperuna, Sapucaia, Três Rios e Paraíba do Sul terão localidades específicas para imunização, não sendo recomendada a vacinação de toda a população destas cidades. Juntos, os 16 municípios estão recebendo 250 mil doses da vacina.

A SES ainda está disponibilizando 100 mil doses para abastecimento dos estoques dos demais municípios do estado e, na quarta-feira (25/1), enviou solicitação ao Ministério da Saúde para recebimento de nova remessa de 350 mil doses, visando garantir o estoque estratégico para reabastecimento, totalizando 700 mil doses para o RJ.

  • Esclareça suas dúvidas:
  • Quem são os moradores do estado do Rio de Janeiro que devem se vacinar?

ü  Habitantes dos 16 municípios indicados para a ação de bloqueio, com idades a partir dos 9 meses até os 60 anos. Dentro deste público-alvo, é fundamental que sejam observadas as contraindicações da vacina.

  • Quando essas pessoas que vivem nestes 16 municípios devem procurar os postos de saúde?

 ü  A campanha de vacinação de bloqueio será realizada pelas secretarias municipais de saúde, com apoio técnico da Secretaria de Estado de Saúde. A recomendação da Subsecretaria de Vigilância em Saúde do Estado é para que a vacinação seja realizada em até seis etapas, dividindo a população por faixas etárias: (de 9 meses a 9 anos e 11 meses; 10 anos a 19 anos e 11 meses, 20 a 29 anos e 11 meses, 30 a 39 anos e 11 meses, 40 a 59 anos e 11 meses), entre os dias 28 de janeiro e 10 de março. Cada secretaria municipal de saúde deverá definir seu calendário de acordo com sua capacidade operacional e de armazenamento dos imunobiológicos. A estratégica foi apresentada aos municípios em reunião técnica realizada pela SES em Miracema no dia 26 de janeiro, além de estar disponível em notas técnicas remetidas às prefeituras.

  • Em que situação as pessoas que não moram nas regiões indicadas para a vacinação de bloqueio devem se vacinar?

ü  Devem buscar os postos de saúde para a vacina as pessoas que estiverem com viagens programas para áreas do país com recomendação de vacinação, conforme as orientações do Ministério da Saúde, que disponibiliza as informações no site. Vale reforçar que é preciso tomar a vacina com pelo menos dez dias de antecedência. Não há qualquer recomendação para vacinação no restante do estado do RJ, até o momento, uma vez que não há evidências de circulação do vírus que transmite a febre amarela no estado – nem em humanos, nem em animais.

 Quem não deve se vacinar?

ü  As recomendações referentes às contraindicações específicas para esta vacinação de bloqueio estão sendo passadas pela SES aos municípios, não devendo afetar as orientações do Ministério da Saúde para as demais regiões. Para a ação de bloqueio que está sendo implementada pela SES, são contraindicações: gestantes, mulheres que estejam amamentando, pessoas com alergia a algum componente da vacina e alergia a ovos e derivados; pessoas com doença febril aguda, com comprometimento do estado geral de saúde; ou ainda pacientes com doenças que causam alterações no sistema de defesa (nascidas com a pessoa ou adquiridas), assim como terapias imunossupressoras – quimioterapia e doses elevadas de corticosteroides, por exemplo; indivíduos portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico ou com outras doenças autoimunes; pacientes que tenham apresentado doenças neurológicas de natureza desmielinizante (Síndrome de Guillain Barrè, ELA, entre outras) no período de seis semanas após a aplicação de dose anterior da vacina; pacientes transplantados de medula óssea; pacientes com histórico de doença do Timo; pacientes portadores de HIV; crianças menores de seis meses de idade; crianças menores de dois anos de idade que não tenham sido vacinadas contra febre amarela não devem receber as vacinas tríplice viral ou tetra viral junto com a vacina contra FA. O intervalo entre as vacinas deve ser de 30 dias. Nesta campanha de bloqueio, não serão vacinadas bebês com idades abaixo de 9 meses de idade.

 Qual é a orientação para quem já tomou a vacina?

 ü  A vacina garante a imunidade por toda a vida. No Brasil, recomenda-se que, após dez anos, uma segunda dose seja tomada como reforço. Após a segunda vacina, não há mais necessidade de uma nova dose. Novamente, é importante deixar claro que mesmo para a segunda dose, a recomendação é para que as pessoas que vivem em áreas com indicação da vacina não deixem de se imunizar. Para as demais regiões, prevalece a orientação de vacinar em caso de viagem programada para áreas de risco.

 Qual é a orientação para quem perdeu o cartão de vacinação e não tem conhecimento da própria situação vacinal?

ü  A recomendação é para que a pessoa procure o serviço de saúde que costuma frequentar para tentar resgatar seu histórico. Caso isso não seja possível, a pessoa deve iniciar o esquema vacinal normalmente. Para as pessoas com idades a partir de 5 anos que nunca foram vacinadas devem receber a primeira dose e um reforço, dez anos depois, sendo esta recomendação válida apenas para os habitantes que vivem em áreas com recomendação da vacina, presentes no calendário vacinal nacional do Ministério da Saúde.

  • No caso das crianças que precisam se vacinar, quais são os riscos de receber a vacina contra a febre amarela junto com outras vacinas?

ü  A vacina de febre amarela não deve ser aplicada ao mesmo tempo em que as vacinas tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) ou tetra viral (contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Se a criança tiver alguma dose do Calendário vacina em atraso, ela pode tomar junto com a de febre amarela, com estas exceções citadas – tríplice e tetra viral. Já as crianças que não receberam nenhuma destas três vacinas e for atualizar sua situação vacinal, a recomendação é para que ela receba a primeira dose contra febre amarela e posteriormente, com intervalo de pelo menos 30 dias, deve agendar a vacinação com tríplice viral ou tetra viral.

  • Qual a probabilidade da entrada do vírus da febre amarela no estado do Rio de Janeiro?

ü  Com base em avaliações dos cenários epidemiológicos, é possível afirmar que é pouco provável a entrada do vírus no território fluminense. A imunização da população que vive nas divisas com MG e ES é uma medida preventiva, uma vez que tais estados estão registrando casos da forma silvestre da doença. Com a vacinação de bloqueio, espera-se garantir a criação de um cinturão para tenar evitar a entrada do vírus em nosso território. No estado do Rio de Janeiro, não há registros de casos autóctones (transmitidos dentro do estado) nas últimas décadas. Portanto, o RJ não configura uma região endêmica para febre amarela.

  • O que é febre amarela?

 ü  Há dois tipos de febre amarela – silvestre e urbana. As duas são causadas pelo mesmo vírus e causam a mesma doença, mas se diferem pelo vetor de transmissão. A urbana é transmitida pelo Aedes aegypti e, de acordo com o Ministério da Saúde, desde os anos 40, o Brasil não registra casos deste tipo da doença. Já a silvestre é transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabeths, insetos de hábitos estritamente silvestres. A febre amarela silvestre é endêmica em algumas regiões do país, principalmente na região amazônica. Os sinais e sintomas mais comuns da doença são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos que duram, em média, três dias. Nas formas mais graves da doença, podem ocorrer icterícia (olhos e pele amarelados), insuficiências hepática e renal, manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. Trata-se de uma doença infecciosa febril aguda, transmitida exclusivamente pela picada de mosquitos infectados.