A enorme mansão de 2.500 metros quadrados, conhecida como “Taj Mahal carioca”, no Jardim Botânico, vai ganhar novo uso nos próximos meses. Erguido no século XIX e remodelado pelo banqueiro Jorge Brando Barbosa (1919-2002) e sua esposa Odaléa Brando Barbosa (1927-2019), o imóvel deve abrigar o Instituto Light de Cultura e Meio Ambiente, iniciativa voltada à preservação do patrimônio e à promoção de atividades culturais.
Localizada na Rua Lopes Quintas, nº 497, a propriedade ocupa um terreno de 12 mil metros quadrados de área verde, com vegetação remanescente de Mata Atlântica. O casal Brando Barbosa adquiriu o imóvel em 1957 e se mudou para lá no início dos anos 1960, realizando diversas reformas e um cuidadoso projeto paisagístico. Moraram na casa até o fim de suas vidas.
Em 2019, após o falecimento de Odaléa, foi criado o Instituto Brando Barbosa para administrar o patrimônio e uma coleção de mais de seis mil peças de valor histórico e artístico reunidas ao longo de décadas. Entre os tesouros da casa destaca-se a banheira de mármore que pertenceu a Dona Teresa Cristina, esposa de Dom Pedro II, e que hoje permanece instalada no banheiro principal do palacete.
O imóvel impressiona também pela riqueza arquitetônica. O piso de mármore de Carrara foi importado da Europa e traz desenhos geométricos idealizados pelo próprio banqueiro, enquanto a escada monumental em madeira foi talhada em peça única, adquirida com o valor da venda de dois apartamentos do casal na Vieira Souto. Outro destaque é o lustre do hall de entrada, cuja peça gêmea ilumina o Palácio de Versailles, na França.
A mansão já serviu de cenário para eventos de arquitetura e decoração, como o CasaCor.