Planalto está apreensivo com protestos do próximo domingo

Nos monitoramentos diários de redes sociais, há a avaliação de que a mobilização será grande

O DIA
Rio – O Palácio do Planalto chega com grande preocupação e apreensão à primeira manifestação do ano. Nos monitoramentos diários de redes sociais, há a avaliação de que a mobilização está grande e pode ser catalisadora do processo de impeachment da presidente Dilma.

Se os protestos forem fracos, o governo acredita que o fôlego será maior para a presidente, que vive há meses em um verdadeiro “inferno astral” e que terminou a semana declarando à imprensa que não renuncia ao mandato. O momento é considerado decisivo e delicado para todos e há uma preocupação com a possibilidade de confrontos, caso haja enfrentamento de grupos a favor e contra o ex-presidente Lula. O último fenômeno que o Palácio do Planalto deseja é o de enfrentamentos graves, com vítimas.

As últimas informações que chegaram ao governo, ainda provenientes do acompanhamento das redes sociais, mostram que a presença nas ruas, no domingo, terá público expressivo, semelhante ao de março do ano passado.

Desde segunda-feira, a presidente Dilma tem comandando reuniões e, também no início da semana, apelou ao seu partido, o PT, e aos movimentos sociais, por meio dos seus ministros, para que cancelem os eventos marcados para o próximo domingo, pelo menos nas cidades onde já existem manifestações agendadas contra o governo. O objetivo é evitar, justamente, violência e graves confrontos.

Apesar da preocupação com seus impactos, o governo está tentando encarar os protestos de amanhã com naturalidade. Uma sala de acompanhamento foi montada no Ministério da Justiça. A presidente Dilma ficará no Palácio da Alvorada, sem agenda oficial. Ao fim do dia, a presidente deverá se reunir com os ministros da Casa Civil e da Secretaria de Governo para avaliar o quadro.

O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, também estará a postos, em Brasília, assim como os comandantes das três Forças Armadas. Os militares não estarão de prontidão ou sobreaviso por conta dos protestos.

Marca do apresentador Luciano Huck lança camiseta apoiando Moro R$ 140 mais barata a dois dias de protesto

A Reserva, marca de roupas do apresentador Luciano Huck, mais uma vez se vê no olho do furacão. Na manhã desta sexta-feira, a grife lançou uma camiseta cuja estampa apoia o juiz federal Sérgio Moro — que comanda o julgamento dos crimes na Operação Lava Jato — e causou polêmica na Internet.

O lançamento se dá dois dias antes da manifestação pró-impeachment, neste domingo, e um dia após o Ministério Público de São Paulo pedir a prisão preventiva do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, investigado na Lava Jato. Uma camisa da grife custa R$ 179. No entanto, apenas a estampa favorável a Moro custa R$ 40 até domingo — dia dos protestos convocados em todas as capitais federais.