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“Política é dinâmica”, diz presidente da Alerj sobre concorrer ao governo do RJ pelo PT

Cotado como candidato do PT ao Senado no Rio de Janeiro, o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), deputado André Ceciliano, não descartou nesta sexta-feira (14) à CNN a possibilidade de concorrer ao governo do Rio de Janeiro – em um movimento que pode afetar a aliança que PT e PSB tem preparado para as eleições de 2022 a nível nacional. Os socialistas têm o deputado federal Marcelo Freixo como pré-candidato ao governo do Rio – ele costura o apoio do PT à sua candidatura.

Petistas ouvidos pela reportagem afirmaram que Ceciliano tem usado de sua influência junto a políticos do interior e de sua boa relação com o ex-presidente Lula para se cacifar e tentar emplacar uma pré-candidatura ao governo do Rio. Perguntado, o presidente da Alerj afirmou que “a política tem uma dinâmica”, mas que no momento o candidato do partido no Rio é Marcelo Freixo.

Ceciliano afirmou que foi sondado pelo prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, a ser candidato ao governo do Rio pelo PSD. O partido lançou o nome do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Felipe Santa Cruz como pré-candidato. “Paes tem feito esse movimento, mas estou bem onde estou. A prioridade do PT no Rio é fazer palanque para o Lula. Quero ajudar o Rio em Brasília”, afirmou o presidente da Alerj.

A CNN procurou Eduardo Paes e sua assessoria e aguarda posicionamento.

Integrantes da Executiva Nacional do PT veem com ceticismo a tentativa de Ceciliano de se cacifar para disputar o governo do Rio. Um integrante da cúpula afirmou à CNN que campanhas ao Executivo precisam de antecedência, e que o partido deve marchar rachado nas eleições de 2022: há um grupo que estará com Freixo, outro que defende a candidatura de Rodrigo Neves (PT) e um terceiro que não descarta caminhar com Cláudio Castro (PL), que apoiará Jair Bolsonaro na disputa presidencial.

Federação

Em reunião no dia 16 de dezembro, o Diretório Nacional do PT decidiu abrir conversas para criar uma federação partidária com o PSB, PCdoB, PSOL e PV. Mas, de acordo com apuração da CNN, dirigentes do partido tem resistido à ideia apresentada pela presidente da legenda, Gleisi Hoffman, por enxergarem problemas para depois das eleições, como a definição de lideranças no Congresso Nacional e mudanças nos palanques estaduais.

Um dirigente afirmou que a federação poderia resultar num grande bloco de 150 deputados, mas o dia seguinte da eleição seria de difícil administração.

As federações têm natureza permanente, precisam ser formadas por partidos com afinidade programática. Se alguma legenda deixar a federação antes do prazo, sofre punições, como a proibição do uso do fundo eleitoral. Ao contrário das coligações, que são estaduais e podem variar de um estado para outro, as federações devem ter abrangência nacional.

O PT marcou nova reunião para discutir o assunto para o mês que vem.

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