terça-feira, 3 de dezembro de 2024 - 6:58

  • Home
  • Destaque
  • USP fecha laboratório e denuncia professor que produzia pílula do câncer

USP fecha laboratório e denuncia professor que produzia pílula do câncer

Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
A Universidade de São Paulo (USP) entrou com processo contra o professor aposentado do Instituto de Química da USP de São Carlos, Gilberto Chierice, que coordenava os estudos sobre a fosfoetanolamina para combater o câncer na universidade e distribuía as pílulas. Embora não tenha divulgado mais detalhes do processo, a assessoria da USP informou que a acusação é de curandeirismo.

De acordo com a Polícia Civil de São Carlos, a “USP representou contra o professor aposentado pelos crimes contra a saúde pública e curandeirismo”. Segundo a polícia, um inquérito foi instaurado para apuração dos fatos e testemunhas já foram ouvidas. O caso foi relatado e encaminhado à 3ª Vara Criminal da cidade.

A USP também fechou hoje (1º) o laboratório em que eram produzidas as chamadas “pílulas do câncer”. De acordo com a universidade, “a produção da fosfoetanolamina era feita por um servidor técnico, que foi cedido à Secretaria Estadual de Saúde para auxiliar na produção da substância com a finalidade de realização de testes para possível uso terapêutico”.

Como somente esse servidor e o professor Chierice produziam a pílula, não há mais ninguém que poderia continuar a produção da substância no laboratório, afirmou a assessoria de imprensa da USP. A universidade alegou que não detém a patente da fosfoetanolamina sintética e que, portanto, não poderia produzi-la.

“Por fim, ressaltamos que a USP não é uma indústria química ou farmacêutica e que não tem condições de produzir a substância em larga escala”, acrescentou a universidade por meio de nota.

Desde meados dos anos 1990, a substância tem sido produzida no laboratório do Instituto de Química da USP de São Carlos e distribuída pelo professor, sem registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Somente em junho de 2014, a USP interferiu na fabricação e distribuição da pílula de fosfoetanolamina, quando uma portaria da universidade determinou que substâncias em fase experimental deveriam ter todos os registros antes de distribuídas à população.

Desde então, pacientes que tinham conhecimento das pesquisas passaram a recorrer à Justiça para ter acesso às pílulas. No dia 22 de março, o Senado aprovou o projeto de lei que garante aos pacientes com câncer o direito de usar a fosfoetanolamina antes da substância ser registrada e regulamentada pela Anvisa, a fim de solucionar a busca pela pílula na Justiça.

A reportagem da Agência Brasil solicitou posicionamento do advogado do professor Chierice, mas não teve retorno até a publicação da matéria.

Edição: Armando Cardoso

VEJA MAIS

Veja vídeos da Operação Torniquete no Complexo da Penha no RJ

Uma megaoperação policial deixou cinco feridos após intensos tiroteios no Complexo da Penha, na zona…

Randolfe admite “incômodo“ do Congresso com decisão de Dino sobre emendas parlamentares

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), disse que houve incômodo entre…

Matéria escura pode ter se originado em um “Big Bang Escuro“, dizem cientistas

Entender a matéria escura segue sendo um dos grandes desafios da astronomia há décadas. A…

Pular para o conteúdo