Com a aprovação unânime, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) decidiu, nesta terça-feira (08/09), doar R$ 1,6 milhão dos seus recursos orçamentários à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O dinheiro será usado para a aquisição de um navio oceanográfico para a universidade. O custo total do navio, construído em Fortaleza (CE), foi de R$ 7,5 milhões – dos quais R$ 5,9 milhões financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj), pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pelo próprio orçamento da universidade. Mas, segundo o reitor Ricardo Vieiralves de Castro, com a crise que enfrenta a Uerj, faltaram recursos para terminar de pagar o barco.
Os recursos doados pela Alerj serão destinados ao fim das instalações e aos equipamentos de navegação. “Toda a comunidade acadêmica agradece, de coração, essa contribuição da Alerj ao desenvolvimento da pesquisa em nosso estado”, disse Vieiralves. O navio, de 30 metros (ou 100 pés) e capacidade para 10 tripulantes e 20 embarcados, vai contemplar estudantes de Oceanografia, Biologia e Química, entre outros. “Esse barco vai fazer uma profunda pesquisa sobre o mar do Estado do Rio, incluindo subsolo e água, e, ao mesmo tempo, permitir o monitoramento ambiental, especialmente agora para as Olimpíadas”, explicou. Serão realizadas pesquisas nas baías de Guanabara, da Ilha Grande e de Sepetiba.
O custo de manutenção da embarcação é de cerca de R$ 3 milhões/ano, mas o reitor afirma que somente os contratos que a universidade têm com a Petrobras são capazes de manter esse equipamento para os próximos três anos. Voltado para pesquisas científicas, o barco será equipado com scanners, guindaste, laboratórios e salas de aula. De acordo com o presidente da Casa, deputado Jorge Picciani (PMDB), a Alerj vai descentralizar esse valor de seu orçamento, já que o navio será de grande utilidade para a população do Estado.
“Das universidades públicas com curso de Oceanografia no Brasil, só a USP (Universidade de São Paulo) tem um barco. A Uerj não tinha o barco, que será muito importante, sobretudo para estudos. Poderá orientar na pesca artesanal, nas fazendas marinhas e na despoluição da Baía de Guanabara”, afirmou. A previsão é que o barco chegue ao Rio em novembro. Ele levará dois dias para chegar ao seu destino final, após uma parada no arquipélago de Fernando de Noronha.
(Texto de Isabela Cabral)