Das 40 equipes participantes no Rio de Janeiro, as 4 vitoriosas são friburguenses e duas delas vão representar o estado na final com projetos inovadores.
Está chegando ao fim o primeiro Desafio SENAI de Projetos Integradores, que mobilizou cerca 2.800 alunos de todo país para colocar em prática o que eles aprendem em sala de aula, propondo, ao mesmo tempo, ideias que facilitem o trabalho da indústria. O SENAI Rio contou com a participação de 160 estudantes, sendo 40 deles de Nova Friburgo. Divididos em 10 equipes, eles foram desafiados a desenvolver projetos que compartilhassem conteúdos de diferentes áreas do aprendizado. No Rio de Janeiro, as quatro equipes vencedoras são friburguenses e duas delas vão representar o estado na fase nacional, cujo resultado já será divulgado nesta sexta-feira, dia 28, no site www.inovemaispr.com.br.
Pela regra, os grupos tinham que focar em um dos quatro temas propostos: como transformar resíduos industriais em aplicações que gerem valor para a sociedade, como ampliar e facilitar a utilização de energia renovável em residências ou empresas, como melhorar a mobilidade urbana por meio de novas tecnologias e sistemas de informação e de comunicação eficientes, e como otimizar a utilização da água nos processos de fabricação por meio de soluções econômicas.
Os dois projetos que representam o estado na final são a Pastilha Eco Tablet e a BikeChopper. O primeiro visa utilizar serragem de madeira compactada com aplicação de resina e uma camada de verniz, tornando-a impermeável e melhorando assim a qualidade. Esse produto será utilizado como revestimento em paredes de banheiros, cozinhas e áreas cobertas de maneira ecologicamente correta. O segundo consiste em uma bicicleta dobrável e tecnológica, que promete unir conforto e praticidade, além de estimular o uso do meio de transporte. A ideia foi desenvolvida a partir da noção do espaço que as bicicletas tradicionais ocupam, sendo assim a BikeChopper tem um quadro que pode ser dobrado, junto com o guidão e parte das pedaleiras, de modo a ser facilmente alocada em espaços pequenos.
Já na primeira edição, em Nova Friburgo, o desafio contou com a parceria do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Nova Friburgo (SINDMETAL). O presidente do sindicato e empresário Cláudio Tângari recebeu uma das equipes participantes na própria empresa. O projeto está na lista dos quatro melhores do estado. Para Cláudio, o bom resultado é um reflexo do histórico industrial da cidade, um dos polos mais importantes do estado, e também de uma unidade do SENAI que está consolidada no mercado com 70 anos de tradição no município.
“É uma forma de aproximar o que eles estão aprendendo com a real necessidade dos empregadores, despertando o interesse de ambas as partes e garantindo um resultado final eficiente tanto para o aprendizado do aluno, quanto para o empresário, que sai ganhando com soluções inteligentes e contextualizadas”, explica o empresário. Ele afirma que a metodologia de ensino remete ao sistema dual de educação utilizado em países como Alemanha, Suíça e Áustria, cujo objetivo principal é conjugar conhecimentos teóricos com competências adquiridas no posto de trabalho.
Ideias vencedoras
Além dos dois representantes do Rio na fase nacional do Desafio, Nova Friburgo teve outros projetos vitoriosos no cenário estadual.
O Bioação consiste no reaproveitamento de garrafas de vidro descartáveis como armadilhas para mosquitos. A garrafa é cortada mecanicamente à meia altura com uma tela de micro tule presa na extremidade do gargalo. O mosquito transmissor da dengue deposita os ovos na água e estes precipitam ao fundo. O contato com a água misturada na borra do café impede o desenvolvimento em larva e pupa interrompendo o ciclo de vida do vetor.
Já o COMPRESS – Compactador de Resíduos de Usinagem – vem a ser um sistema de compactação e compressão de resíduos provenientes do processo fabril, como aparas de metal, limalhas e cavacos. O principal benefício consiste na redução no volume, de maneira a permitir que mais matéria residual possa ser transportada, diminuindo os custos com logística de transporte e, ao realizar a compactação desse resíduo, aumentar os ganhos com a venda do mesmo em aproximadamente 500% por quilo de material.