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Bombeiros encerram buscas por vítimas de queda de ciclovia no mar

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Prefeitura vai indenizar famílias dos mortos na queda da ciclovia e criar plano de gerenciamento de risco na via

GUSTAVO RIBEIRO
Rio – Neste sábado, 48h após a tragédia, bombeiros decidiram dar por encerradas as buscas a possíveis vítimas no desabamento de parte da via, na última quinta-feira. A pedido da Polícia Civil, que investiga homicídio culposo, os bombeiros permanecerão em alerta para o surgimento de corpos no mar.

No mesmo dia, o prefeito Eduardo Paes afirmou, neste sábado, que o município vai indenizar as famílias das vítimas da queda da ciclovia da Avenida Niemeyer. Ele reconheceu que a prefeitura errou ao não ter um plano de contingenciamento de risco para a via, para impedir o acesso durante as ressacas. No entanto, segundo Paes, nem a construtora Concremat nem a Geo-Rio fizeram qualquer recomendação nesse sentido. Paes disse que um plano será estudado para quando a via for liberada.Paes descartou a derrubada da ciclovia. Ele disse que vai aguardar os relatórios solicitados ao Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias e à Coppe/ UFRJ para saber o que causou o acidente.

O prefeito aproveitou para esclarecer os valores gastos pela prefeitura com a Concremat, responsável pela obra da ciclovia. De acordo com Paes, a prefeitura desembolsou R$ 186 milhões para a empresa, entre 2009 e 2016, período de seu governo. Entre 2000 e 2008, foram gastos com a Concremat R$ 33 milhões.

Apesar do aumento de 400% nos gastos com a mesma empresa, Paes esclareceu que os investimentos em todas as obras durante o seu governo foram 900% mais altos do que no período anterior. “Todas as empresas receberam mais porque cresceu a quantidade de obras”, alegou.

O presidente da Geo-Rio, Mário Machado, órgão da Secretaria Municipal de Obras responsável pela fiscalização, pediu afastamento do cargo sexta-feira. Paes acrescentou que a prefeitura não ignorou os alertas do Tribunal de Contas do Município (TCM) que apontou ‘trincas e depressões’ na ciclovia, mas não soube dizer o que foi feito.

Amigos e familiares prestaram últimas homenagens às vítimas

O corpo de Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos, segunda vítima do desabamento foi enterrado ontem pela manhã no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Revoltados, amigos e familiares chamaram o prefeito de assassino. Ronaldo era gari comunitário na Rocinha. “A obra foi toda mal feita, a ciclovia tremia toda”, denunciou um dos parentes. Eduardo Marinho de Albuquerque, de 54 anos, foi cremado no mesmo dia, no Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária.

O prefeito Eduardo Paes disse que a Procuradoria Geral do Município vai entrar em contato com os familiares para indenizá-los. Paes fez o primeiro contato, ontem, com a família do engenheiro Eduardo Marinho de Albuquerque, morto na tragédia. Ele contou que conversou pessoalmente com um cunhado da vítima e que foi recebido “de maneira educada”. O prefeito afirmou que ainda não conseguiu contato com a família de Ronaldo.

A empresa Concremat afirmou, em nota, que assistentes sociais do consórcio estão em contato com familiares das vítimas, prestando todo suporte necessário.