Cães do BAC são treinados para atuar nas Olimpíadas de 2016

Com as proximidades das Olimpíadas, o Batalhão de Ações com Cães (BAC) tem intensificado os treinamentos em sua sede em Olaria, na Zona Norte do Rio. Diariamente, seis cães estão sendo preparados para atuar na busca de explosivos durante o evento internacional, que acontecerá em agosto de 2016. Entre os animais selecionados por critérios como raça, idade, e outros requisitos, três cães descendem do labrador Boss, famoso por sua eficiência na atuação em diversas incursões em comunidades do Rio.

Entre os herdeiros de Boss, estão Chefe e Cléo, que apresentam o mesmo potencial de liderança do pai. Atualmente com um ano e meio de idade, os cães foram direcionados para o treinamento com foco na busca de explosivos logo que nasceram.

– Eles são labradores cor chocolate, e tem uma característica necessária para o faro de maneira geral, que é o ímpeto pela busca ou caça. No treinamento potencializamos este interesse do cão pela busca e também incentivamos o reconhecimento do território. O cão farejador de explosivos não pode ser ansioso. Mesmo encontrando o que está sendo procurado por meio do olfato, ele deve dar um sinal passivo, não pode latir, não pode tocar no objeto suspeito porque qualquer movimento brusco ou som poderá acionar o explosivo. A sinalização neste caso é sentar. É assim que ele indica aos membros do batalhão que encontrou o material buscado. O condutor também precisa, neste caso, fazer a leitura deste animal para auxiliar o cão a chegar ao local correto – explicou o primeiro-tenente, Daniel Puga.

Além de Chefe e Cléo, a pastor belga de malinois Aba também está preparada para atuar nas Olimpíadas. A fêmea já participou de varreduras de treinamento junto com os outros dois companheiros.

– A atividade de farejar e buscar explosivos não é simples. Esta é uma ação que requer precisão, não é possível admitirmos erros. O treinamento, portanto, é algo demorado. Se um cão de faro para armas e drogas falha, uma ocorrência não será realizada, mas se o cão de explosivos falhar podemos ter um acidente gravíssimo na cidade – disse Puga.

Há ainda mais três cães em fase inicial de treinamento. São eles: a pastor belga de malinois, chamado Nala, o pastor holandês, Eco e a labrador Delta, que também descende de Boss.

– A expectativa é que em no máximo três meses estes cães estejam preparados para farejar e buscar explosivo no grande evento internacional – explicou um dos treinadores, o segundo-sargento, Paulo Roberto Michel.

Todo o conhecimento adquirido pelo BAC se estabeleceu por meio de intercâmbios com unidades especializadas dos Estados Unidos, França, entre outros países, bem como a partir da expertise de policiais experientes do próprio batalhão.

Busca de parceiros para aprimorar treinamentos

O BAC busca parceiros para realizar treinamentos de varredura de explosivos com os seis cães selecionados. A ideia é levar os animais para locais como estádios, hotéis e embaixadas para que os cães se familiarizem com os espaços onde irão atuar durante os Jogos de 2016.

– Queremos gerar parcerias com estádios olímpicos, hotéis, e embaixadas para que estes animais possam realizar o reconhecimento destes locais e buscar com mais intensidade o explosivo em um possível acionamento real. No caso da busca por armas e drogas, há uma atuação mais prática e regular nas comunidades do Rio, já no faro de explosivos, dependemos do acesso a esses locais para realizarmos um serviço com a mesma excelência do faro de drogas, por isso esta necessidade – afirmou o primeiro-tenente, Daniel Puga.

Certificação

O BAC está em processo de busca pela certificação internacional dos cães que atuam no batalhão.

– Queremos certificar os nossos cães para que eles estejam habilitados internacionalmente para atuarem em grandes eventos – acrescentou o primeiro-tenente, que também é o Relações Públicas do batalhão especializado.

Fotos: Salvador Scofano