Para pesquisador da UFRJ, Rodrigo Brindero, a temperatura do ambiente pode favorecer a esse crescimento
O DIA
Rio – Devido ao clima e aumento das chuvas, virologista e diretor do Instituto de Biologia da UFRJ, Rodrigo Brindero, acredita que o Estado do Rio pode alcançar o mesmo número de casos de zika do Nordeste nos meses de março e abril. Até o momento, 34 dos 92 municípios já notificaram 256 casos de microcefalia associados ao vírus.
“A temperatura se mantém estável ao longo dos anos nessa região do nordeste, favorecendo não só a circulação do mosquito, mas, também, a própria replicação do vírus”, disse.Segundo o último Monitoramento dos Casos de Microcefalia do Brasil, divulgado pelo Ministério da Saúde, 250 casos estão sendo investigados . Apenas dois casos foram investigados e confirmados sendo oriundos do zika vírus. No Brasil, o número de casos da doença associados ao mosquito no país é de 2%, como conta o virologista.
“Do total de casos de mulheres grávidas infectadas com o vírus, 2% foram associadas a microcefalia. Apesar de ser um número baixo é muito maior do que o esperado e do registrado nos anos anteriores. Não necessariamente durante um quadro clínico associado (zika) a criança vai desenvolver a microcefalia”, disse o virologista, que alertou a importância das grávidas usarem roupas compridas e repelentes neste momento.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, considera que entre 3 e 4 milhões de pessoas serão infectadas pelo vírus em 2016 no continente americano – sendo que 1,5 milhão deste total deve ocorrer no Brasil.
Reportagem da estagiária Julianna Prado