Coluna Efeito Borboleta

DESABAFO
Este texto voltou para mim nas recordações apresentadas pelo Facebook, ou seja… ele tem um ano, mas parece que acabei de escrevê-lo.
Nada mudou.
A situação crítica permanece e piora a cada dia.
Fazer o quê?
Cruzar os braços para assistir a derrocada final ou juntar forças para reverter a situação?
Eu sou a favor da luta.
E você?
Vamos ao texto: avalie se, ao menos uma linha, deva ser mudada em função de alguma conquista.
“Como professor, sinto hoje uma grande tristeza, porém, me deparo com uma certeza. Não me adequo mais a este modelo de Educação.
Vi descortinar diante dos meus olhos a realidade e cair por terra todos os meus ideais mais promissores de uma Educação de Qualidade, Inclusiva e Para Todos.
Precisamos estar diante de tais realidades, para encararmos de frente, a dura verdade: vivemos de migalhas.
Deixemos de lado as falácias.
Não somos valorizados o tanto que merecemos e o desvalor pior, não é aquele que vem de fora para dentro, ou seja, do aluno, da família do aluno, da sociedade, do governo, mas a que vem de dentro para fora, de nós para nós mesmos.
Quem realmente acredita que bonificações concedidas uma vez ao ano e outros tostões, que entram e saem dos nossos salários aleatoriamente, resolvem nossos problemas e nos dignificam? Não sou contra méritos e gratificações, mas anseio por um salário, que me dê segurança necessária, aí sim, estimulado, me sentir motivado a produzir mais e melhor e ser gratificado por isso. Não trabalhar incessantemente, sendo cobrado ostensivamente, para pleitear uma bonificação, em apenas um mês do ano.
Percebem a inversão?
Como estar motivado sem ser estimulado? Estímulos vêm de fora.
Esperar que alunos, com a autoestima, às vezes, lá no pé, tenham os interesses necessários para mudarem um panorama de caos. É isso mesmo? Podem até dizer que o estado do Rio avançou no IDEB, mas não acredito que esse anseio político de fazer subir tal índice, perseguido de forma opressora, seja significativo. Mudam-se os índices, mas a realidade não se altera.
E o que dizer do crescimento pífio do Ensino Médio ( responsabilidade legal do estado )?
Imputam-nos o papel de promotores da elevação da autoestima dos alunos. Como fazê-la se a nossa própria autoestima vai muito mal, obrigado.
Repudio essa política fragmentadora, que concede coisas aqui e ali, para alguns e não para outros, levando parte da imensa classe a se achar melhor que a outra. Essa atitude nos faz incautos e presas fáceis do jogo político de poder manipulador em busca de votos.
Só peço uma coisa, livrem-me da pesada bagagem que colocaram sobre minhas costas, de assumir obrigações que não são minhas.
Não sou educador, deixo essa tarefa para as famílias.
Sou professor e dos bons, diga-se de passagem…
Mas prestem atenção, se quiserem o melhor de mim, paguem-me bem.