Com greve marcada para segunda-feira, Uenf quer saída para crise

Universidade tem dívidas de R$ 11 milhões. Água e luz devem ser cortadas

O DIA
Rio – Está nas mãos do governador em exercício, Francisco Dornelles, o futuro da Universidade Estadual do Norte Fluminense, criada no governo de Leonel Brizola, em 1993. Sensibilizado com o drama da Uenf, de acordo com assessores, o deputado Edson Albertassi (PMDB), líder do governo na Alerj, deverá se reunir com Dornelles na segunda-feira para tratar do assunto. A universidade tem uma dívida de R$ 11 milhões, sendo R$ 2 milhões com a Ampla, fornecedora de energia, e R$ 400 mil com a concessionária Águas do Paraíba.Numa das últimas tentativas para tentar salvar a instituição de fechar as portas por falta de dinheiro, o reitor Luis Passoni procurou o deputado. A reunião com Albertassi terminou na madrugada desta quinta-feira e o professor ficou empolgado. “O deputado disse que vai interceder junto ao governador (em exercício) Francisco Dornelles para nos ajudar. Dissemos a ele que a nossa necessidade mínima é de R$ 3 milhões/mês para pagarmos luz, água, telefone e serviços de limpeza e segurança”, disse.

Com dívida de R$ 150 mil, os telefones já foram cortados. As empresas de água e luz avisaram que cortarão o fornecimento já na próxima segunda-feira. Se isso ocorrer, 20 anos de pesquisas, entre elas genéticas, com animais e sementes, serão comprometidos. Também na segunda-feira os professores entrarão em greve por tempo indeterminado. “Diante o agravamento da crise, corte de verba e parcelamento dos salários, a greve é inevitável. O estado inviabilizará a universidade”, alerta o professor Marcos Pedlowski.

A universidade leva ainda o nome do professor Darcy Ribeiro. Com sede em Campos dos Goytacazes, a instituição conta com 16 cursos e mais de 1,8 mil alunos. Em 2012, a Uenf foi reconhecida pelo Ministério da Educação como a melhor universidade do Estado do Rio e a 11ª no país.