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Foto: Julia Passos

Comissão da ALERJ quer articular com bancada federal emenda para liberar recursos aos hospitais federais no Rio

O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Tande Vieira (PP), e os demais deputados integrantes do colegiado pretendem articular com as bancadas partidárias federais uma emenda para tratar da liberação de recursos para a reestruturação das unidades hospitalares federais do Rio de Janeiro. O anúncio foi realizado durante audiência pública, nesta quarta-feira (29/03), na sede do Legislativo, onde o diretor de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde, Alexandre Telles, apresentou relatório sobre a situação dos hospitais.

Segundo Tande, as unidades federais são fundamentais para a rede estadual de saúde. “O departamento de Gestão Hospitalar vai apresentar um novo estudo com relação à necessidade de infraestrutura e de aquisição de equipamentos para modernização dos hospitais federais. Nós vamos tentar articular o aporte de uma emenda federal da bancada, que seja suficiente para fazer frente a esse problema de carência de investimento que o setor passa neste momento”, explicou o parlamentar.

O levantamento apresentado durante a audiência apontou que aproximadamente oito mil pessoas aguardam para realizar procedimentos nas unidades federais. O diretor do departamento de Gestão Hospitalar afirmou, ainda, que já foram abertos mais de 260 dos 500 leitos que estavam fechados. Além disso, cerca de 360 pacientes puderam ser internados na rede federal graças à reabertura dessas vagas. Segundo Telles, o foco é promover a reestruturação hospitalar a partir da abertura de leitos e da diminuição das filas dos procedimentos.

Situação dos hospitais

Durante a audiência também foi efetuado um detalhamento da situação de cada um dos seis hospitais federais em funcionamento na cidade do Rio. A expectativa para o Hospital Federal do Andaraí, por exemplo, é duplicar o Centro de Tratamento de Queimados da unidade, retornar com o setor de emergência, aumentar a quantidade de cirurgiões plásticos, além de reabrir os leitos de recuperação de pós-anestésicos. Telles revelou que há previsão de abertura na unidade do primeiro centro de radioterapia da rede federal em agosto.

Já no Hospital de Bonsucesso, foram contabilizados 140 leitos fechados e quatro salas cirúrgicas sem funcionar. Além disso, cerca de 80% dos equipamentos da unidade hospitalar estão obsoletos. Por outro lado, já foram abertos oito leitos de unidade coronariana no hospital. “Queremos potencializar a oncologia e fortalecer a cardiologia materno-infantil, voltar a promover intervenções de alta complexidade e adquirir novos equipamentos. Precisamos de um planejamento preventivo, pois nossa meta é reabrir os 500 leitos que estavam sem funcionar”, explicou Telles.

O diretor do departamento relacionou o fechamento dos leitos ao déficit de pessoal, e a solução encontrada foi a contratação temporária de servidores. No entanto, de acordo com ele, há uma medida provisória para autorizar a contratação de recursos humanos que, se aprovada pelo Senado, pode aumentar cerca de 826 profissionais na rede. As especialidades dos servidores serão definidas conforme estudo técnico dos Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems). Há também uma análise em andamento para a realização de novos concursos.

A superintendente de Regulação da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Kitty Crawford, comentou sobre a necessidade da retomada dos recursos humanos. “As unidades hospitalares não podem deixar de realizar procedimentos de alta complexidade. Mas, hoje, há limitações até mesmo para intervenções de média complexidade, porque faltam recursos humanos médicos e de enfermagem. Precisamos atender às demandas da população”, disse.

Presente na reunião, o economista e diretor da Assessoria Fiscal da Casa, Mauro Osório, solicitou que a emenda não se limite apenas aos seis hospitais federais geridos pelo departamento de Gestão Hospitalar. “Temos 30 das 84 unidades hospitalares federais no Estado do Rio. Contamos, ainda, com os hospitais universitários vinculados ao Ministério da Educação, as unidades das Forças Armadas, entre outros. Essa emenda precisa abranger todas as unidades que estão instaladas aqui no estado”, comentou.

O presidente da Comissão de Saúde convidou Alexandre Telles para participar dos próximos debates referentes ao projeto do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, que tem um impacto estruturante no desenvolvimento do Estado do Rio.

Também participaram da audiência as deputadas Elika Takimoto (PT), Martha Rocha (PDT), Carla Machado (PT), e o deputado Jorge Filippe Neto (Avante).