Organização trabalha em conjunto com secretarias para atender o cidadão
Completando 20 anos, o Disque-Denúncia amplia cada vez mais a parceria com o Estado. Criada para ajudar a combater os casos de sequestro no Rio de Janeiro, a organização hoje atua em conjunto com órgãos estaduais, principalmente as secretarias de Segurança, do Ambiente e de Habitação. Denúncias de maus-tratos a animais, tráfico de drogas e até uso indevido de água chegam à central de atendimento. Em duas décadas, mais de 21 mil pessoas foram autuadas em delegacias e cerca de 10 mil armas e 60 mil munições foram retiradas das ruas graças às denúncias.
O idealizador do projeto e superintendente da instituição, Zeca Borges, conta como é o dia a dia da equipe de 70 profissionais e o caminho que as cerca de 10 mil denúncias mensais percorrem até chegarem ao seu destino final: os órgãos públicos responsáveis por dar prosseguimento às acusações.
– Atendemos pelo (21) 2253-1177 e fora da capital pelo 0300 253 1177. Agora, temos páginas no Facebook e Twitter e um número de Whatsapp, que é o 96802-1650 – disse Zeca Borges.
Como funciona o trabalho?
Zeca Borges – Nas denúncias relacionadas a crimes, fazemos o registro, que é uma entrevista com o denunciante, que nos passa tudo o que sabe sobre a questão. Ao final, a pessoa recebe um número de protocolo para poder acompanhar a denúncia ou acrescentar informações. Esses dados alimentam um sistema, que é compartilhado com a Segurança e com as subsecretarias de Inteligência. O processo é o mesmo para outros tipos de denúncia. Temos ligação com mais de 170 órgãos públicos.
Existem parcerias com órgãos da administração estadual?
Zeca Borges – Sim, nosso maior convênio é com a Segurança, batalhões e delegacias. Ainda recebemos denúncias relacionadas às secretarias do Ambiente, Habitação, à Cedae. São comuns as reclamações sobre lixo, dengue e casos relacionados à Vigilância Sanitária. Todos os casos são encaminhados aos órgãos competentes.
Qual é o tipo de denúncia mais frequente?
Zeca Borges – Cerca de 35% dos registros são sobre tráfico de drogas e, se considerarmos os crimes conexos, como roubo de cargas e tráfico de armas, por exemplo, esse percentual chega a quase 50%. Em segundo lugar, estão os casos de violência doméstica.
Como foi a transição do perfil de atuação do Disque-Denúncia?
Zeca Borges – A ideia era mobilizar a população e trazer informações para o combate aos sequestros. Hoje, praticamente não há mais crimes desse tipo no Rio, graças ao nosso trabalho e das polícias Civil e Militar. Recentemente, começaram a surgir denúncias relacionadas ao uso indevido da água, situação que não imaginaríamos acontecer há dois anos.
Foto: Maurício Pingo