Em reunião com a diretoria, prefeito anuncia reajuste de 5% no contrato de repasse ao Hospital de Cantagalo

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Repasse mensal passa de R$ 217 mil para R$ 227,850 mil. Unidade de saúde começa a sentir os efeitos da crise e já acumula dois meses de déficit
Cantagalo – Em reunião com a diretoria, conselho deliberativo e médicos do Hospital de Cantagalo, realizada na noite da última terça-feira, 26 de julho, o prefeito Saulo Gouvêa anunciou um reajuste de 5% sobre o contrato de repasse de recursos a título de subvenção à unidade de saúde. Com isso, o repasse mensal passa, já a partir do próximo mês, dos atuais R$ 217 mil para R$ 227,850 mil.
Logo no início, o prefeito, o secretário municipal de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Econômico, Márcio Longo, e a Controladora Geral do Município, Marilda Guimarães Lima, expuseram, com o auxílio de planilhas distribuídas aos presentes, a real situação do município, que se encontra em posição de quase nada poder fazer sob o ponto de vista financeiro, em razão da grave crise econômica e da brusca queda da arrecadação e repasses, agravadas, principalmente, de 2015 para cá.
– Não temos condições de dar um auxílio grande ao hospital, embora seja o nosso desejo. Estamos em momentos difíceis e nos esforçando ao máximo para fazer gestão, cortando custos de todos os lados e, ainda assim, sofrendo as consequências da crise. Mas temos que fazer alguma coisa, pois não quero deixar que uma tragédia aconteça nem no hospital, nem na Prefeitura – destacou Saulo Gouvêa.
A reunião foi solicitada pela Prefeitura a partir do anúncio de sérias dificuldades financeiras no hospital. O objetivo foi chegar a um consenso sobre medidas que poderão ser adotadas para diminuir os impactos da crise que também vem afetando a unidade de saúde, que, de acordo com o diretor administrativo do hospital, Alan Barros, já conta com mais de dez títulos protestados por fornecedores e vem fechando no vermelho nos últimos 60 dias.
Para Alan Barros, que também estava acompanhado do provedor do hospital, Carlos Teixeira Camacho, o Dinda, o receio é que o momento difícil se torne um ciclo vicioso, a exemplo do que vem ocorrendo com outros hospitais na região.
– Desde 2011, temos conseguido manter todas as nossas certidões negativas de débito. Mas há o receio de que não possamos honrar compromissos que impliquem na falta dessas certidões, o que agravaria ainda mais a situação, já que, assim, nem poderíamos manter convênios ou contratos com o poder público – lembrou Barros, acrescentando que em nenhum momento deixou de confiar no prefeito, até porque, sem a Prefeitura, o hospital não teria condições de funcionamento. “Conseguimos manter a estabilidade do hospital até aqui, mas, agora, enfrentamos sérios problemas”, reforçou o diretor administrativo.
A secretária municipal de Saúde, Vânia Huguenin, após entendimento com o prefeito e a diretoria do hospital, acenou com a possibilidade ainda de atuar de outras formas para minorar os problemas do hospital, como em alguns exames, internações qualificadas, entre outros. “Mas são ações que ainda teremos que conversar em reunião mais reservada com a diretoria e após avaliar os nossos programas e ações. Vamos estudar uma contratualização, que é a formalização de relações pactuadas entre nós e o hospital, estabelecendo obrigações recíprocas, definindo demandas e objetivos, metas qualitativas e quantitativas, assim como critérios e instrumentos de monitoramento e avaliação de resultados”, disse a secretária, informando, ainda, que Cantagalo não recebe do Governo do Estado nenhuma contribuição para o sistema de saúde desde outubro de 2015. “Para a manutenção da farmácia básica, o município não recebe do Estado desde fevereiro de 2014”, completou.
Vânia Huguenin, chamando a atenção para problemas enfrentados em todos os municípios da região, também citou a possibilidade de redução do número de cirurgias eletivas (não urgentes), também a título de redução dos custos, no que foi seguida pela diretoria do hospital. Ela também lembrou que 66% do total de pacientes atendidos pelo hospital são de Cantagalo, com os demais 34% vindos de municípios vizinhos.
Finalizando a reunião, também ficou acertada a formação de uma comissão, já a partir da próxima semana, para levar o problema ao Governo do Estado e também decidir pelo lançamento de uma ampla campanha de conscientização e pedido de auxílio para o hospital, envolvendo a Prefeitura, parceiros e a própria sociedade.
Da reunião também participaram cinco médicos: Júlio Carvalho, Afrânio Gomes Pinto Júnior, Rander Hermsdorff, Marco Antônio Carvalho e Ricardo Barros. Também participaram o diretor financeiro, Rodrigo Nassar e os seguintes membros do Conselho Deliberativo Paulo Flores, Wellington Folly, Esdras Gil, Isabel Barros Ferreira e Nirley de Melo Ferreira.
Redação/Fotos: Gilmar Marques