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FEBRE AMARELA: Nova ampliação da área de vacinação de bloqueio eleva para 30 o número de municípios com recomendação para imunização no RJ

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Com a inclusão de 9 novos municípios na área de recomendação temporária para vacinação, RJ passa a ter 30 cidades com indicação para imunização total ou parcial de seus habitantes. Ao todo, desde janeiro, 1 milhão de doses já estão sendo entregues às prefeituras do estado

Os municípios de Aperibé, Cambuci, Cardoso Moreira, Itaocara, São José de Ubá, Santa Maria Madalena e São Sebastião do Alto, além de parte da cidade de São Fidélis, foram incluídos na área com orientação para vacinação contra febre amarela no estado do RJ. A 3ª etapa da estratégia da Secretaria de Estado de Saúde (SES) será detalhada em resolução a ser publicada no Diário Oficial do Estado do RJ nesta quinta-feira (23/2).

Indicados pela subsecretaria de Vigilância em Saúde com base na avaliação do cenário epidemiológico dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, os municípios terão sua população parcial ou totalmente imunizada, observando as contraindicações da vacina. Mais 150 mil novas doses já foram entregues pelo MS e estão sendo distribuídas, além de outras 150 mil que ainda serão disponibilizadas e entregues às prefeituras destas cidades, para abastecimento de estoques. Somadas às doses já entregues aos municípios que estão em campanha de vacinação preventiva, a nova remessa eleva para 1 milhão de doses de vacina contra febre amarela sendo distribuídas no RJ, tanto para abastecimento em todas as regiões do estado, quanto para as áreas incluídas na região com recomendação temporária para vacina. A estratégia, adotada de forma preventiva pela SES, visa criar uma faixa de bloqueio nas divisas com MG e ES, numa tentativa de impedir a entrada do vírus no território fluminense.

– Nossa estratégia de vacinação de bloqueio vem se mostrando eficiente, no sentido de proteger nossa população e tentar impedir a entrada do vírus da febre amarela no território fluminense. Esta é uma medida de prevenção que estamos adotando e, com base na evolução do cenário epidemiológico que estamos observando, é possível que sejam feitos os ajustes, como a inclusão de novos municípios. Estamos atuando em total apoio às prefeituras, orientando diretamente as secretarias de saúde – explica o secretário de Estado de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr.

Todas as recomendações para as campanhas de imunização nas áreas com indicação temporária da vacina foram passadas aos municípios por técnicos da SES, em reunião realizada em Cardoso Moreira na terça-feira (21/2). Com a inclusão de novos municípios com recomendação temporária para vacina contra febre amarela, a região de bloqueio passa a contar com 30 municípios, conforme detalhamento abaixo.

Municípios com (*) têm indicação para vacinar apenas parte da população:

1ª etapa:

  1. Bom Jesus do Itabapoana
  2. Cantagalo
  3. Carmo
  4. Comendador Levy Gasparian
  5. Itaperuna*
  6. Laje do Muriaé
  7. Miracema
  8. Natividade
  9. Paraíba do Sul*
  10. Porciúncula
  11. Santo Antônio de Pádua
  12. São Francisco de Itabapoana*
  13. Sapucaia
  14. Três Rios*
  15. Varre-Sai
  16. Campos dos Goytacazes*

2ª etapa:

  1. Itatiaia
  2. Quatis
  3. Resende*
  4. Rio das Flores
  5. Valença*

3ª etapa:

  1. Aperibé
  2. Cambuci
  3. Cardoso Moreira
  4. Italva
  5. Itaocara
  6. Santa Maria Madalena
  7. São Fidélis*
  8. São José de Ubá
  9. São Sebastião do Alto

*Campos dos Goytacazes** (ampliação da área dentro do município)

De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES, Alexandre Chieppe, a prioridade é a imunização da população que vive nas áreas rurais das cidades indicadas. Isso porque, nos estados onde há circulação comprovada do vírus, a doença está sendo transmitida pelo vetor silvestre. Não há qualquer indício de transmissão de febre amarela pelo vetor urbano (Aedes aegypti) – o último caso da forma urbana da doença registrado no Brasil ocorreu nos anos 40.

– É importante que os critérios para vacinação sejam observados pelos municípios, principalmente sob o ponto de vista clínico, uma vez que a vacina possui uma série de contraindicações. As campanhas de vacinação já vêm sendo realizadas pelas prefeituras, sob as orientações da SES e do Ministério da Saúde. Também emitimos nota técnica para os 92 municípios com novas orientações para registros de possíveis casos no estado, com o objetivo intensificarmos nossa vigilância epidemiológica – explica Chieppe.

Vigilância intensificada – Para tornar o sistema de vigilância mais sensível aos possíveis casos de febre amarela no território fluminense, a subsecretaria de Vigilância em Saúde também orientou os 92 municípios do estado quanto à nova definição para casos suspeitos: as prefeituras devem intensificar a vigilância por meio da notificação de todo evento suspeito, visando a detecção precoce e resposta coordenada dos serviços de saúde pública aos possíveis casos. Para tornar o sistema de vigilância epidemiológica mais sensível, devem ser notificados para fins de investigação os casos de indivíduos com febre com até sete dias de duração, acompanhada de dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas: cefaleia, mialgia, artralgia, vômitos, icterícia e manifestações hemorrágicas, residente ou procedente nos últimos 15 dias de áreas de transmissão de febre amarela.

>> Esclareça suas dúvidas:

 Quem são os moradores do estado do Rio de Janeiro que devem se vacinar?

A Secretaria de Estado de Saúde elencou 30 municípios que compõem a região de bloqueio, com base na avaliação do cenário epidemiológico dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com o objetivo de tentar impedir a entrada do vírus no território fluminense. A vacinação de bloqueio, que consiste em imunizar os habitantes – total ou parcialmente – das cidades indicadas, é uma estratégia da SES que está sendo adotada como medida preventiva. Dos 30 municípios com recomendação temporária de vacina, 7 (sete) estão sendo orientados a imunizar uma parcela da população, tendo como prioridade os moradores das regiões rurais. Já nas outras 20 cidades, o público alvo da campanha deve compreender habitantes com idades a partir de 9 meses aos 60 anos, observando as contraindicações da vacina.

  • Quando essas pessoas que vivem nestes municípios devem procurar os postos de saúde?

A campanha de vacinação de bloqueio será realizada pelas secretarias municipais de saúde, com apoio técnico da Secretaria de Estado de Saúde. A recomendação da Subsecretaria de Vigilância em Saúde do Estado é para que a vacinação seja realizada em até seis etapas, dividindo a população por faixas etárias: (de 9 meses a 9 anos e 11 meses; 10 anos a 19 anos e 11 meses, 20 a 29 anos e 11 meses, 30 a 39 anos e 11 meses, 40 a 59 anos e 11 meses). As campanhas tiveram início em 28 de janeiro e devem ser concluídas em março. Cada secretaria municipal de saúde deverá definir seu calendário de acordo com sua capacidade operacional e de armazenamento dos imunobiológicos.

  • Em que situação as pessoas que não moram nas regiões indicadas para a vacinação de bloqueio devem se vacinar?

Devem buscar os postos de saúde para a vacina as pessoas que estiverem com viagens programadas para áreas do país com recomendação de vacinação, conforme as orientações do Ministério da Saúde, que disponibiliza as informações no site. Vale reforçar que é preciso tomar a vacina com pelo menos dez dias de antecedência. Não há qualquer recomendação para vacinação no restante do Estado do RJ, até o momento, uma vez que não há evidências de circulação do vírus que transmite a febre amarela no estado – nem em humanos, nem em animais.

  • Quem não deve se vacinar?

As recomendações referentes às contraindicações específicas para esta vacinação de bloqueio estão sendo passadas pela SES aos municípios, não devendo afetar as orientações do Ministério da Saúde para as demais regiões. Para a ação de bloqueio que está sendo implementada pela SES, são contraindicações: gestantes, mulheres que estejam amamentando, pessoas com alergia a algum componente da vacina e alergia a ovos e derivados; pessoas com doença febril aguda, com comprometimento do estado geral de saúde; ou ainda pacientes com doenças que causam alterações no sistema de defesa (nascidas com a pessoa ou adquiridas), assim como terapias imunossupressoras – quimioterapia e doses elevadas de corticosteroides, por exemplo; indivíduos portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico ou com outras doenças autoimunes; pacientes que tenham apresentado doenças neurológicas de natureza desmielinizante (Síndrome de Guillain Barrè, ELA, entre outras) no período de seis semanas após a aplicação de dose anterior da vacina; pacientes transplantados de medula óssea; pacientes com histórico de doença do Timo; pacientes portadores de HIV; crianças menores de seis meses de idade; crianças menores de dois anos de idade que não tenham sido vacinadas contra febre amarela não devem receber as vacinas tríplice viral ou tetra viral junto com a vacina contra FA. O intervalo entre as vacinas deve ser de 30 dias. Nesta campanha de bloqueio, não serão vacinados bebês com idades abaixo de 9 meses.

 Qual é a orientação para quem já tomou a vacina?

A vacina garante a imunidade por dez anos, quando é preciso tomar uma nova dose. Após a segunda vacina, não há mais necessidade de uma nova dose. Novamente, é importante deixar claro que mesmo para a segunda dose, a recomendação é para que as pessoas que vivem em áreas com indicação da vacina não deixem de se imunizar. Para as demais regiões, prevalece a orientação de vacinar em caso de viagem programada para áreas de risco.

  • Qual é a orientação para quem perdeu o cartão de vacinação e não tem conhecimento da própria situação vacinal?

A recomendação é para que a pessoa procure o serviço de saúde que costuma frequentar para tentar resgatar seu histórico. Caso isso não seja possível, a pessoa deve iniciar o esquema vacinal normalmente. Para as pessoas com idades a partir de 5 anos que nunca foram vacinadas devem receber a primeira dose e um reforço, dez anos depois, sendo esta recomendação válida apenas para os habitantes que vivem em áreas com recomendação da vacina, presentes no calendário vacinal nacional do Ministério da Saúde.

  • No caso das crianças que precisam se vacinar, quais são os riscos de receber a vacina contra a febre amarela junto com outras vacinas?

A vacina de febre amarela não deve ser aplicada ao mesmo tempo em que as vacinas tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) ou tetra viral (contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Se a criança tiver alguma dose do Calendário vacina em atraso, ela pode tomar junto com a de febre amarela, com estas exceções citadas – tríplice e tetra viral. Já as crianças que não receberam nenhuma destas três vacinas e forem atualizar sua situação vacinal, a recomendação é para que elas recebam a primeira dose contra febre amarela e posteriormente, com intervalo de pelo menos 30 dias, deve ser agendada a vacinação com tríplice viral ou tetra viral.

  • Qual a probabilidade da entrada do vírus da febre amarela no estado do Rio de Janeiro?

Com base em avaliações dos cenários epidemiológicos, é possível afirmar que é pouco provável a entrada do vírus no território fluminense. A imunização da população que vive nas divisas com MG e ES é uma medida preventiva, uma vez que tais estados estão registrando casos da forma silvestre da doença. Com a vacinação de bloqueio, espera-se garantir a criação de um cinturão para tentar evitar a entrada do vírus em nosso território. No estado do Rio de Janeiro, não há registros de casos autóctones (transmitidos dentro do estado) nas últimas décadas. Portanto, o RJ não configura uma região endêmica para febre amarela.

  • O que é febre amarela?

 Há dois tipos de febre amarela – silvestre e urbana. As duas são causadas pelo mesmo vírus, mas se diferem pelo vetor de transmissão. A urbana é transmitida pelo Aedes aegypti e, de acordo com o Ministério da Saúde, desde os anos 40, o Brasil não registra casos deste tipo da doença. Já a silvestre é transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabeths, insetos de hábitos estritamente silvestres. A febre amarela silvestre é endêmica em algumas regiões do país, principalmente na região amazônica. Os sinais e sintomas mais comuns da doença são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos que duram, em média, três dias. Nas formas mais graves da doença, podem ocorrer icterícia (olhos e pele amarelados), insuficiências hepática e renal, manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. Trata-se de uma doença infecciosa febril aguda, transmitida exclusivamente pela picada de mosquitos infectados.