Assembleia dos servidores ocorreu quatro dias depois de professores darem fim à paralisação da categoria
TÁSSIA DI CARVALHO
Rio – Os funcionários técnico-administrativos da UFRJ optaram nesta terça-feira pela manutenção da greve, que já dura três meses. A decisão, segundo a reitoria, afeta diretamente os calouros, pois os grevistas são os responsáveis pelas matrículas no Sistema de Seleção Unificada, o Sisu.
Professores da UFRJ decidem pelo fim da greve
A assembleia, realizada no hall da Reitoria, contou com a presença de 400 dos 10 mil técnico-administrativos da UFRJ. Segundo Eduardo Serra, pró-reitor de Graduação, a paralisação pode interferir no processo de matrícula dos três mil novos alunos que, segundo Serra, deveriam ser feitas até dia 31.
“Existe o risco de perder as vagas se não enviarmos os dados nesse prazo”, disse.
Apesar do apelo do professor, a categoria manteve a paralisação. “Vamos continuar a greve e esperar que o governo dê uma proposta digna”, afirmou o grevista Esteban Crescente.
Após a reunião, o pró-reitor ponderou o discurso e afirmou que a Reitoria fará todo o possível para não prejudicar os alunos. “Temos possibilidade de resolver os problemas, os alunos podem ficar tranquilos.”
No edital de ingresso para o segundo semestre não há data específica para inscrições, sendo que, na prática, o primeiro semestre ainda não terminou. “É inviável começar um calendário sem ter terminado o anterior”, afirmou o Conselho de Graduação da universidade.
Em nota, o MEC explicou que o prazo pode ser prorrogado. “Não é prazo de edital. É uma questão administrativa das instituições. No entanto, não haverá prejuízo para os estudantes participantes do Sisu, que têm a garantia da matrícula.”
Segundo os grevistas, o próximo passo é ir para Brasília, amanhã. “Vamos participar de uma marcha com toda a categoria”, afirma a sindicalista Ana de Angelis.