A Justiça Federal tornou réus o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e mais 12 acusados de se associarem para cometer corrupção e lavagem de dinheiro usando obras do governo do estado que receberam recursos federais a partir de 2007. A força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro denunciou o ex-governador, dois ex-secretários – Wilson Carlos (ex-secretário de Governo) e Hudson Braga (ex-secretário de Obras) –, a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, entre outros.
O juiz federal Marcelo da Costa Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal, acatou a denúncia do Ministério Público Federal, embasada nas investigações relacionadas à Operação Calicute, uma das fases da Operação Lava Jato. Os réus respondem por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa nas obras para a urbanização em Manguinhos (PAC Favelas), construção do Arco Metropolitano e reforma do estádio do Maracanã para a Copa de 2014, entre outras irregularidades.
Foi apontada a divisão da organização em quatro núcleos: econômico (executivos de construtoras que ofereciam vantagens indevidas); administrativo (gestores estaduais que pediam e geriam entrada de propinas); financeiro operacional (recebedores de propinas e ocultadores de sua origem); e político (ex-governador e líder da organização).
Hoje também foi decretada a prisão preventiva de Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador Sérgio Cabral, que se apresentou nesta tarde à Justiça. Ela é acusada de participar ativamente do núcleo financeiro operacional da organização criminosa. A partir da suspeita provocada pela rápida prosperidade do escritório de advocacia de Adriana, o MPF diz que a esposa de Cabral efetuava dezenas de compras de joias valiosas pagas com dinheiro em espécie, celebrava contratos fictícios para lavagem de dinheiro, além de outras situações suspeitas ainda pendentes do desfecho completo das investigações. De acordo com a Polícia Federal, após os procedimentos de praxe, Adriana será encaminhada ao sistema prisional onde permanecerá à disposição da Justiça.
Sérgio Cabral está preso desde de 17 de novembro quando foi deflagrada a Operação Calicute.
A defesa de Adriana não foi encontrada até o fechamento da matéria.