Governadores do PMDB se reunirão com Temer, Renan e Cunha
Após reunir-se, nesta quarta-feira (2/9), no Palácio Guanabara, com os governadores Paulo Hartung (ES), Marcelo Miranda (TO) e Confúcio Moura (RO), o governador Luiz Fernando Pezão anunciou que os sete governadores do PMDB vão se reunir, na próxima terça (8/9), com o vice-presidente Michel Temer, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para propor uma pauta de reformas para o país.
– Foi uma reunião muito proveitosa para discutir assuntos relacionados à crise econômica. Conseguimos agendar esse encontro em Brasília e vamos levar diversas propostas que começamos a desenhar aqui. Queremos fazer debates dentro do país, discutir as reformas tributária, previdenciária e trabalhista, e a empregabilidade. Sem crescimento econômico, não há emprego e geração de renda. Estamos preocupados com isso, e vamos trabalhar muito para manter o que temos e tentar ampliar. Vamos dar nossa contribuição ao país discutindo essas reformas e tenho certeza de que essa pauta interessa a todos os governadores brasileiros – disse Pezão.
Ainda segundo o governador do Rio, a previdência pública é uma das maiores preocupações.
– A previdência nacional que, em 2014, teve R$ 82 bilhões de déficit, em 2015 se aproxima de R$ 105 bilhões de déficit e caminha, em 2016, para uma previsão de déficit de R$ 130 bilhões. No caso do Rio, a folha de aposentados e pensionistas em 2016 chegará a R$ 16 bilhões. A conta está cada vez mais difícil de fechar. Nós estamos operando milagres para fechar 2015. Ainda temos um déficit de R$ 2,5 bilhões. Estamos trabalhando muito. Conseguimos aprovar seis leis na Assembleia Legislativa que estão nos permitindo diminuir o déficit. Acreditamos muito que vamos fechar esse déficit, mas vai ficando cada vez mais difícil. Estamos assistindo à crise do governo federal, que é grande centralizador das receitas, e os estados e municípios cada vez numa penúria maior. Nós queremos fazer cada vez mais debates dentro do país. Discutir a reforma da previdência, tributária e trabalhista – afirmou Pezão.
Ainda de acordo com o governador fluminense, a proposta de reformas “une os 27 governadores” e é tão importante quanto medidas emergenciais.
– Claro que estamos preocupados com o curto prazo. Mas essa pauta já foi colocada pelos 27 governadores que estiveram em reunião com a presidente Dilma. Não adiantar pensar só em 2015 ou 2016, porque vai ficando mais inviável o depois. Nós queremos fazer debates dentro do país para discutir as reformas nacionais. O PMDB pode começar a fazer isso – defendeu Pezão.
Para o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, a iniciativa tem o objetivo de elaborar uma agenda mínima, de maneira suprapartidária, que possa criar um ponto comum de interesse nacional.
– O momento é de união. Precisamos apoiar a reorganização das contas públicas nacionais e queremos encontrar elementos que permitam que a economia brasileira volte a crescer. Precisamos de reformas estruturais no nosso país. Estamos flertando com a desorganização. A realidade é um limão azedo, mas temos que fazer uma limonada desse limão. É um momento difícil, mas temos que buscar a convergência – afirmou Hartung, defendendo novas concessões e investimentos de capital privado na área da infraestrutura.
O governador do Tocantins, Marcelo Miranda, também enfatizou a importância da união entre os estados.
– Esse é o momento de nos juntarmos para procurar o melhor para o nosso país, discutindo temas importantes. Se não fizermos isso, seremos meramente gerentes de folha de pagamento. O PMDB pode decidir muita coisa e precisamos conversar com o governo federal sobre o que é melhor para os estados. Dessa forma, acredito que possamos vencer os obstáculos – disse Miranda.
Os governadores do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, e Alagoas, Renan Filho, não puderam comparecer devido a compromissos anteriormente agendados. Já o governador de Sergipe, Jackson Barreto, está hospitalizado.
Nesta quinta-feira (3/9), o governador Pezão vai se reunir, no Palácio Guanabara, com representantes do Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas do Estado, Assembleia Legislativa e Ministério Público para discutir o orçamento de 2016.
Fotos: Shana Reis