Para Marco Rogério, peemedebista foi omisso para esconder “práticas ilícitas”
Brasília – Relatório apresentado ontem noConselho de Ética pelo deputado Marco Rogério (DEM-RO) acusa o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de se valer de trustes, figura jurídica usada para manter contas no exterior, para praticar fraudes. Nas conclusões de seu voto, em que recomenda a cassação do mandato de Cunha, o relator afirmou que o peemedebista praticou “omissão deliberada” para esconder “práticas ilícitas”.
“O que se vê, na hipótese, e que efetivamente preenche o tipo disciplinar objeto do presentefeito, foi a prática de omissão deliberada, seguida de requinte e tecnicidade buscadas com o fito de esconder práticas ilícitas diretamente ligadas ao representado. O jogode palavras utilizado durante a instrução processual não teve o condão de afastar as provas coligidas aos autos”, afirmou Marco Rogério.
Ao pedir a cassação de Cunha, ele frisou que há consistência de provas e ironizou: “Ainda que não houvesse a robustez de provas, a culpa do representado se mostrou patente também pelas evasivas e pelas tentativas de afastar-se do objeto da apuração.”
O relator citou ainda os gastos com cartão de crédito da mulher e da filha de Cunha como evidência de que o parlamentar desviou recursos oriundos de corrupção. “Os valores (gastos em cartão de crédito) são completamente incompatíveis com rendimento do deputado e familiares”, afirmou.
Rogério também mencionou que autoridades suíças apontaram a existência de ao menos quatro contas relacionadas a Cunha no País, todas no banco Julius Baer.A expectativa é que a votação no Conselho ocorra ainda na primeira quinzena de junho.