Secretaria de Agricultura adota orçamento base zero para reduzir despesas

Corte de gastos e geração de receita estão entre as medidas para adequação à crise financeira
A ferramenta de planejamento estratégico similar a do setor privado, que adota o orçamento base zero (OBZ) será uma das diretrizes utilizadas pela secretaria estadual de Agricultura para reduzir despesas e se adequar a nova realidade financeira de gestão do Estado.
Após reunião com dirigentes da secretaria e das empresas vinculadas Emater-Rio e Pesagro-Rio, o secretário da pasta, Christino Áureo anunciou que os princípios da OBZ serão aplicados, com cortes nas principais despesas que compõe o dia a dia adequando-as ao orçamento disponível.
– Desde 2015 estamos trabalhando com metas e resultados, utilizando modelos de gestão aplicados por empresas privadas. Neste momento, vamos repensar os processos para deixar como legado uma administração mais eficiente, eliminando possíveis ralos e alavancando novas fontes de arrecadação – frisou.
Juntamente com essa medida serão reduzidos os cargos comissionados, valor teto das gratificações, diárias, passagens aéreas e locação de veículos. Já a partir de janeiro, cada linha de custo como telefonia, energia elétrica e combustível, por exemplo, terá um gestor responsável pelo cumprimento da meta de adequação de cada uma dessas despesas.
Para aumentar a arrecadação a secretaria de Agricultura vai buscar investidores para construir nos imóveis disponíveis e destinar unidades para a geração de receitas. A ideia é realizar um data room de imóveis para apresentar as oportunidades. Dentro de, 60 dias no máximo, esse planejamento será submetido ao governador.
– Não temos nenhuma unidade da secretaria ou das vinculadas funcionando em imóvel alugado. Desde 2013 adotamos a meta aluguel zero. Nesse momento, caso necessário, vamos agrupar as equipes num só local, nos municípios onde dispomos de mais de um imóvel, visando liberar patrimônio que possa fazer receita – informou.
A revisão da estrutura de taxas e multas resultantes da inspeção de produtos alimentícios será encaminhada à Alerj. A estimativa é obter cerca R$ 1,5 milhão com essas receitas. Outras fontes de arrecadação virão da abertura dos laboratórios da Pesagro-Rio para a prestação de serviços de análises de água, alimentos e medicamentos, entre outros, e da prestação de serviços de consultoria externa remunerada realizada por profissionais da extensão rural selecionados, que integrarão a Agritec.
Também será ampliada a elaboração de projetos para crédito rural com incremento de quase 50% no montante arrecadado com o serviço anualmente.
– Apesar de todo os esforços já adotados desde 2013, o agravamento da situação financeira nos obriga a continuar. Graças à gestão enxuta mantivemos nossos programas. No entanto, algumas ações terão que ser ajustadas aos novos padrões de despesas. É o caso do Programa Estradas da Produção, que nos próximos 60 dias manterá unicamente o atendimento à ações emergenciais, socorrendo municípios que, eventualmente, sejam afetado por desastres ambientais. Serão cumpridos também, os serviços de colocação de revestimento primário em estradas vicinais acordados com o Banco Mundial e o DER – concluiu.
Ele acrescentou que todas as reduções de despesas são objeto de discussão com as secretarias estaduais de Planejamento e Gestão e da Casa Civil, por intermédio da Unidade de Gente e Resultados.