Com vista para o jardim de inverno, Gabinete do governador passou a integrar o tour
Neste sábado (19/9), o grupo de participantes do programa “Palácio Guanabara de Portas Abertas” conheceu, entre outras dependências do prédio histórico, o Salão Estácio de Sá, que abriga o gabinete do governador Luiz Fernando Pezão. O cômodo de 90 m², que na época em que o prédio serviu como residência era a sala de jantar, passou a integrar o roteiro da visita guiada.
O gabinete possui todas suas janelas voltadas para o jardim interno do Palácio. O quadro “A morte de Estácio de Sá”, de 1911, é uma das atrações principais do salão, além da mesa de trabalho do governador, que pertenceu ao presidente Getúlio Vargas. A peça é feita de madeira maciça, tem detalhe de patas de leão nos pés e o símbolo da república na lateral. Todo ambiente está pintado de rosa, cor encontrada nas pesquisas históricas feitas na parede.
Recentemente também foi incluído no percurso do programa o Salão Getúlio Vargas, mais conhecido por Salão Verde. Segunda maior sala do Palácio Guanabara, com 118 m², o Salão Verde é conhecido por esse nome em razão do mármore esverdeado em suas paredes e pilastras e nichos de granito verdes. O espaço foi decorado, na época, pelo próprio presidente Getúlio Vargas. Hoje, o Salão Verde é local de assinaturas de convênios e entrevistas oficiais.
Morador da Rua Paissandu, vizinha ao Palácio Guanabara, o engenheiro Gustavo Faria Alcântara aproveitou o sábado de sol para participar, ao lado da família, da visita guiada.
– O passeio é bem ilustrativo. Do lado de fora, quando vemos o Palácio com todo o seu porte, não imaginamos a beleza do seu jardim interno. Valeu muito a pena. Acho que todo mundo que mora no Rio de Janeiro deveria vir conhecer esta parte da nossa história – disse Gustavo.
Palco de reuniões de chefes de Estado e de decisões políticas importantes, o Palácio Guanabara, já entrou na rota dos programas culturais da cidade do Rio de Janeiro. Desde o seu início, em janeiro deste ano, o Programa já recebeu em seus tours mais de 1.000 visitantes.
Para o estudante Yuri Pereira, de 11 anos, o passeio valeu como uma aula de História.
– A visita é muito interessante. Aprendi muito hoje, principalmente sobre a história do nosso estado. Agora vou mostrar as fotos para os meus amigos e divulgar a visita guiada. Vale muito a pena – afirmou o jovem.
A visita guiada tem início pelo Salão Nobre, seguida pelo Salão Verde, pelo gabinete do Governador, e depois pela sala onde foi descoberto, em 2011, um calçamento tipo “pé de moleque” centenário. O jardim é outro ponto alto do tour. As visitas contam com a participação de estudantes do curso de Turismo e Hospitalidade do Senac RJ, parceiro do Governo do Estado no programa.
O aposentado Célio Jorge Lobo costuma buscar mais informações sobre a cidade do Rio em visitas por pontos históricos. O Palácio Guanabara superou suas expectativas.
– Quem passa ali pela porta não faz ideia da beleza deste palácio e de seu jardim. São surpresas que só o Rio de Janeiro pode nos proporcionar – ressaltou o aposentado.
Palácio conta a história do estado e do país
O início da construção do Palácio Guanabara data de 1853, para servir de residência familiar. Em 1864, foi vendido à Família Imperial, que o reformou para receber a princesa Isabel e seu esposo, o Conde d’Eu, passando a se chamar Paço Isabel. Nessa época, foram plantadas diversas plantas exóticas no local e uma fileira dupla de palmeiras imperiais na recém-inaugurada rua Paissandu.
Em 1890, a construção foi declarada patrimônio nacional e recebeu seu nome atual, Palácio Guanabara. No decorrer dos anos, foi sede do Poder Executivo da Presidência da República, nas gestões de presidentes como Marechal Hermes da Fonseca, Washington Luís, Getúlio Vargas. O último presidente a despachar no palacete, na década de 40, foi Eurico Gaspar Dutra.
A partir de 1946, o Palácio passou a abrigar a Prefeitura do Distrito Federal até a criação do Estado da Guanabara, em 1960. Desde então, a construção se tornou sede do Governo do Estado.
A construção mantém características centenárias que conferem beleza especial ao local. No caso do jardim, o desenho foi idealizado pelo paisagista francês Paul Villon no começo do século 20 e se mantém intacto até hoje. No local, está o chafariz de Netuno, pequeno lago com a estátua do deus da mitologia romana que foi desenvolvida pela Fundição Val d’Osne, mais importante fundição do século 19, localizada na França. O jardim também é adornado por alamedas de palmeiras imperiais e árvores frutíferas exóticas, como mangueira, caqui-preto, pêssego-da-Índia e olho-de-dragão.
Como participar
Para do programa “Palácio Guanabara de Portas Abertas” é preciso se cadastrar em: http://visitaguiada.casacivil.rj.gov.br/VisitaGuiada/. Informações necessárias: nome completo, número de documento de identidade com foto e telefone para contato. O passeio é gratuito.
Fotos de Paulo Vitor