É “PRECISO” TER
Em sentido genérico, pobreza é a carência de meios essenciais para a garantia da sobrevivência.
Já em sentido mais estrito, tais necessidades básicas estão ligadas à manutenção da vida.
Num sentido mais amplo, pobreza depende do padrão de vida de cada comunidade.
A pobreza sempre foi encarada como um dos mais graves problemas da humanidade.
O célebre economista Adam Smith, em sua obra A Riqueza das Nações, de 1776, afirmou que: “Nenhuma sociedade, cuja maior parte de seus membros são pobres e miseráveis, pode ser próspera e feliz.”
De uma forma interessante, neste caso, felicidade se liga diretamente à necessidade do TER.
Para ser feliz é preciso consumir.
Esta é a palavra de ordem!
Entretanto, esta necessidade provoca uma série de problemas, visto a distinção social, gerada pela mola mestra do Capitalismo, o consumo.
Nesta busca desenfreada, ampliam-se as diferenças, pois existe aquele que tem capacidade de consumir mais e aquele que consome menos. Ainda tem aqueles que não consomem nada.
A pobreza deixa de ser superada, na medida em que para garantir a sobrevivência, torna-se necessário consumir. Para muitos, este consumo não está ligado apenas à sobrevivência ou à qualidade de vida, mas na aparência de uma condição, que nem sempre é real.
As dimensões continentais do Brasil, mostram de forma evidente e inquestionável, essa distinção social. As diferenças entre as diversas regiões são imensas. Elas se apresentam nos aspectos culturais, mas também são latentes nas diferenciações sócio-econômicas.
As riquezas brasileiras são incalculáveis, mas a distribuição delas é palpável e igualmente injusta.
O Brasil é um país de grandes bolsões de pobreza, que são identificados, de uma região para outra e até mesmo dentro das próprias regiões, estados e cidades.
A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, caracteriza muito bem esta realidade.
O processo de favelização do Rio de Janeiro, iniciado no século XIX, com a remodelação proposta pelo prefeito Pereira Passos, provocou, com as demolições, uma expulsão dos menos favorecidos para os morros. A própria geografia da cidade impeliu os moradores sem teto para as montanhas, visto a outra opção ser o mar.
As favelas cresceram de forma desordenada, incrustadas no meio dos “bairros nobres” do Rio, gerando uma situação de conflito de posições na sociedade.
Para garantir esse posicionamento e “respeito”, são estimulados diversos movimentos culturais e políticos positivos, como por exemplo, o Nós do Morro.
Entretanto, na mesma contrapartida, ações segmentadas são estimuladas pelo tráfico e pelas milícias, provocando a violência e a insegurança social.
Almejar e lutar por políticas sociais honestas e igualitárias devem ser perseguidas e fomentadas por todo cidadão, que quer e precisa ser respeitado em suas necessidades mais amplas.
Em tempos de campanhas eleitorais, os candidatos são obrigados a saírem das “tocas” e se mostrarem para o povo em busca de votos. Essa é a hora de mexer, inquirir, investigar os pretensos representantes dos cidadãos do país, pois uma escolha equivocada pode se tornar uma dolorida dor de cabeça de quatro anos.
Quanto ao nosso estado, em processo de necrose e às portas da decretação de falência, anunciada para dezembro, convido o eleitor a avaliar quem está no poder e levar em conta suas ligações partidárias e pessoais, bem como a atuação daqueles que já estão no poder, para garantir se eles merecem de verdade o seu voto.
Entendo o voto secreto, instituído pela Constituição de 1934, como o maior avanço democrático de nosso país, fato que nos garantiu uma escolha sem manipulação. Mas precisamos evoluir ainda mais.
Almejo o dia em que nossa democracia amadureça para o estágio do voto facultativo, pois nesse dia, os candidatos não só deverão lutar para conseguirem nosso voto, mas terão ainda de nos convencer a sairmos de nossas casas, em pleno domingo, enfrentarmos calor, chuva e fila, para votarmos neles. Nesse momento, não só eles, mas nós próprios, daremos o valor devido ao nosso direito de escolha: o nosso VOTO.