APAGUE APENAS O QUE O TORNA TRISTE
Grande sacada da personagem Mafalda em determinada tirinha.
Para situar, em consulta a Wikipédia, a enciclopédia livre da Internet, pesquisas informam que a Mafalda foi uma tira escrita e desenhada pelo cartunista argentino Quino.
As histórias, apresentando uma menina preocupada com a humanidade e a paz mundial que se rebela com o estado atual do mundo, apareceram de 1964 a 1973, usufruindo de altíssima popularidade na America Latina.
Nesse período, ditaduras militares espalharam-se pela América Latina. Tanto a Argentina quanto o Brasil, viveram esses modelos autoritários de governo.
Em uma interessante e inteligente tirinha, a menina Mafalda aponta para o cacetete de borracha de um policial e pergunta se aquela é uma borracha de apagar ideologias.
O questionamento da menina indagadora tem muita subversão em suas palavras.
A borracha em questão, não apenas no passado autoritário da America Latina como num todo, como em nosso atual momento, tem apagado ideologias ao longo do tempo.
No Brasil especificamente, apenas os mecanismos repressores têm assumido aspectos diferenciados, mas a tentativa de calar a vontade do cidadão é constante.
O triste é saber que algumas pessoas querem repeteco dessa prática, em seu formato original e mais triste.
Que pensamento é esse, difícil de entender?
Falta de informação?
Não… não acredito.
A história está aí para mostrar todos os desdobramentos dessa desoladora realidade.
Agora… me desculpem, com o perdão da palavra, embora eu não vá usar termos aparentemente grosseiros.
São todos néscios, estultos, ignorantes e outras tantas palavras mais agressivas que não me interessa usar?
O que mais apavora é que “crises” econômicas… debates judiciais… sei lá o que o Brasil está presenciando, geram crises políticas sérias.
Tais crises abrem brechas preocupantes, capazes de criarem espaços para o surgimento de oportunistas hediondos, inescrupulosos, tiranos, intolerantes, arbitrários e autoritários, que enganam os olhos desatentos, as mentes incapazes e surgem como grandes salvadores da Pátria Amada, porém, abatida e talvez, fácil de ser manipulada. Tal fato não seria novidade para ninguém, pelo menos para aqueles que se interessam nos rumos que a humanidade tomou, em vários lugares, ao longo da história.
Desta forma, a borracha que levantou o questionamento da menina Mafalda e outros tantos objetos de repressão, poderão apagar de vez, o sopro de ideologia e dignidade que ainda restam.