Conceição Rabha (PT) admitiu que a crise desgastou a relação com o estado
Rio – Se o assunto é crescimento econômico, Angra dos Reis mira uma luz no fim do túnel. É que o município quer aproveitar a passagem da Tocha Olímpica para aquecer o turismo e o comércio. Em encontro da Fecomércio com empresários e líderes regionais da Costa Verde, a prefeita Conceição Rabha (PT) admitiu que a crise desgastou a relação com o estado. Desencantada, ela desistiu de tentar a reeleição e diz que a família sofre perseguição política.
ODIA: Como atrair mais turistas e aquecer a economia em época de crise?
CONCEIÇÃO RABHA: Nossa esperança é que a Olimpíada traga novos investimentos. Estamos fazendo contatos com celebridades que têm história na cidade. O (escritor) Ziraldo vai receber a Tocha Olímpica na Vila do Abraão (na Ilha Grande). Ele tem uma casa aqui e é uma forma de divulgar a região para dentro e para fora do país. Estou procurando orientação para saber como passar pela crise de forma mais amena sem precisar alterar o funcionalismo.
Há um ano, a senhora anunciou medidas para reduzir uma dívida de R$ 100 milhões com fornecedores, como diminuir 50% dos cargos comissionados (436 funcionários). Conseguiu abater o valor?
Não totalmente. A dificuldade é dizer, na crise, que vai reduzir pessoal. Os 130 cargos que estavam desocupados nós eliminamos. Reduzir os 436 foi mais complicado, porque acentuaria a crise. Pensamos também em reduzir piso salarial, mas foi difícil. A dívida hoje é pouco maior que R$ 100 milhões.
O plano não funcionou?
Em parte, mas vamos ter que avançar.
No ano passado, vereadores tentaram um impeachment contra a senhora (o pedido foi negado na Câmara). O que pensa sobre a chance de impeachment de Dilma?
O cenário político hoje é de muito denuncismo e desmoralização da figura pública. O que a presidenta está sofrendo nós sofremos aqui, quando ganhamos uma eleição apertada. Eu vivencio uma situação de impeachment desde que assumi o governo, em 2013. Nós hoje sofremos acusações sem que antes se apure.
A ruptura do PT com o PMDB no cenário nacional pode afetar a relação com o governador Pezão (do PMDB)?
No cenário local não muda nada. O governo estadual sempre foi parceiro. A gente só deixou de ser parceiro agora, por causa das dificuldades econômicas que ele está enfrentando. Tanto que tivemos que transferir os serviços de uma UPA para o nosso hospital, porque estávamos há um ano e meio sem receber os repasses.
E a sucessão municipal?
Não venho mais no processo. Houve desencanto geral. Já dei a minha contribuição. ‘Você’ tem princípios e a violência é muito grande. A gente se violenta muito. ‘Você’ tem família que vive na cidade e é uma exposição muito grande. O que a gente vê na política hoje é extremamente destrutivo. São poucos os que contribuem para a construção. Vamos lançar o meu vice, do PDT (Leandro Silva) Agora eu vou ser avó!