Greve no INSS acaba na próxima terça-feira

Os servidores do INSS em todo o país vão retomar as atividades na próxima terça-feira. A categoria no Rio vai seguir a orientação da plenária da Fenasps que aprovou ontem à noite a suspensão da greve, que durou 80 dias. A assembleia que vai dar um ponto final à paralisação acontece hoje, às 11h, na Rua Pedro Lessa 36, 6º andar, Centro. A federação assina nesta sexta-feira o acordo com o Ministério do Planejamento. Serão retomados serviços como revisão de benefícios, concessão de aposentadoria, de auxílio-maternidade, auxílio-reclusão, entre outros. Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez não serão concedidos porque os médicos peritos estão em greve.Entre as principais conquistas dos servidores do INSS está a incorporação da GDASS (Gratificação de Desempenho da Atividade do Seguro Social) em três anos, de 2017 a 2018, para os servidores do instituto que se aposentaram após 2004 ou que, embora na ativa, já estejam em condições de se aposentar. Eles terão reajuste salarial de 10,8%, sendo a primeira parcela de 5,5%, em 1º de agosto de 2016, e a segunda de 5%, em 1º de janeiro de 2017. A incorporação da GDASS é uma reivindicação antiga da categoria. O bônus tem grande impacto na remuneração do servidor ativo e há perdas consideráveis na aposentadoria. Atualmente, um servidor com 35 anos de carreira e com salário bruto de R$ 9 mil perde R$ 3.500 brutos quando se aposenta.

NORMALIZAÇÃO
O diretor do Sindsprev-RJ, Rolando Medeiros, prevê que o atendimento seja normalizado dentro de 30 dias úteis. “Temos a tecnologia a favor dos servidores do INSS. O primeiro dia deve ser mais burocrático porque vamos precisar de novas senhas para operar o sistema, mas no dia seguinte melhora”.

REPOSIÇÃO
Com o retorno às atividades, os servidores vão planejar com as gerências como será a reposição dos dias parados. A federação se negou a assinar carga horária diária de 10 horas após a greve. Prometeu repor os serviços de forma mais rápida possível e com qualidade de atendimento.

ALTERNATIVAS
“Vamos acordar com as chefias. Há possibilidade de encurtar o horário de almoço, não tirar o lanchinho de 15 minutos, se for necessário trabalhar aos sábados e fazer hora-extra. Também podemos fazer remanejamento de agências que estão com menos demanda após greve”, disse Rolando.

SEM ATENDIMENTO
Segundo o diretor do Sindsprev-RJ, Rolando Medeiros, cerca de 25 milhões de segurados do INSS não conseguiram atendimento nos 80 dias de greve. Já o balanço do dia 23 da Associação Nacional dos Médicos Peritos aponta que 81,70% das perícias agendadas não foram realizadas.

“VITÓRIA HISTÓRICA”
Representante da Fenasps, Henrique Martini declarou que a categoria conseguiu uma “vitória histórica” em um momento que o país vive uma profunda crise financeira e política: “Não tivemos apoio para negociar. Tivemos que caminhar sozinhos nessa luta e fomos vitoriosos”.

PROPOSTA INICIAL
No começo das negociações, os servidores do INSS reivindicavam 27,6% já em 2016. Depois o governo acenou com 21,3% em quatro anos. Com a manutenção da greve, a União recuou com 10,8% em dois anos. Assim, os servidores ganharam maior margem de negociação.