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Sessão do impeachment quebra recorde na Câmara dos Deputados

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Foram mais de 34 horas de discussão ininterrupta

O DIA
Rio – Em maio de 2013, a votação da Medida Provisória dos Portos durou 22 horas consecutivas. Era, até então, a mais longa sessão da história da Câmara dos Deputados. O recorde foi batido ontem, com larga margem de vantagem, depois de mais de 34 horas de discussão ininterrupta, com intervalo de apenas 15 minutos durante a madrugada. Ao todo, foram 273 discursos de deputados de 24 dos 25 partidos com representação na Casa ocuparam a tribuna para discursar na abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.A oitava sessão começou com oito horas de atraso e previa mais 250 discursos (três minutos para cada deputado). A expectativa era que isso acabasse adiando a votação, prevista para as 14h de hoje. Mas 14 partidos pró-impeachment (PSDB, DEM, PSB, PPS, PRB, PP, PR, PSC, PROS, PTN, SD, PSL, PSC e PHS) fecharam acordo para reduzir o tempo de debate, que deve terminar às 11h de hoje. Cerca de 60 deputados e líderes desses partidos abriram mão de discursar. No ritmo que seguia, a votação começaria entre meia-noite de hoje e 2h de amanhã.

Muitos deles vestindo ou portando adereços, como faixas, bandanas, bandeiras e cartazes que sinalizavam sua posição — ‘Fora Cunha’ e ‘Tchau querida’ eram os bordões mais estampados de um lado e de outro —, os deputados desfiaram discursos que repetiam os mesmos argumentos já apresentados na comissão especial. A decisão pela abertura do impeachment depende do aval de 342 votos favoráveis, dois terços da Câmara. Se o processo for aberto, o Senado será responsável por julgar a presidente.Apenas o PEN abriu mão de se pronunciar. Último a falar na primeira fase, Weliton Prado, único deputado do PMB, defendeu o impeachment e acusou Dilma de cometer “estelionato eleitoral”. Ao mesmo tempo, chamou o vice, Michel Temer, de “vampiro”, por ter, segundo ele, se aproveitado da crise econômica e da baixa popularidade do governo para chegar à Presidência. “É igual vampiro. Com baixa imunidade, a Dilma ficou desprotegida. Ele esperou no primeiro mandato e não deu para atacar”, disse. Prado foi expulso do PT após votar a favor da redução da maioridade penal em 2015.

Alessandro Molon (Rede-RJ) se posicionou contra o afastamento de Dilma. “Se aprovar o impeachment, essa casa desrespeita duas decisões: a das urnas em 2014 e a decisão do povo que escolheu o presidencialismo, não o parlamentarismo, em 1993. Será um duplo desrespeito à cidadania brasileira.”