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POLICIAIS AFIRMAM QUE HOUVE CONFRONTO DURANTE A MORTE DE JOVENS

Os quatro agentes do 41º Batalhão de Polícia Militar (BPM) acusados de matar cinco jovens no último sábado (04/12), em Costa Barros, Zona Norte do Rio, foram ouvidos, nesta sexta-feira (04/12), pelos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) destinada a investigar os autos de resistência. Segundo os policiais, eles não alteraram a cena do crime e houve confronto com bandidos no incidente. Durante a visita ao Batalhão Especial Prisional (Bep), em Niterói, onde os agentes estão presos, o presidente da CPI, deputado Rogério Lisboa (PR), afirmou que os parentes dos jovens mortos serão ouvidos sobre o caso na próxima reunião do grupo.

De acordo com a versão dos policiais, eles foram chamados para uma ocorrência de um roubo de carga. Ao chegarem ao local, se depararam com várias pessoas armadas e efetuaram disparos para o alto para dispersar os criminosos. Depois de pedirem reforço ao batalhão, os agentes foram surpreendidos com a passagem de uma van com bandidos armados com fuzis. Em seguida, o carro em que os cinco jovens estavam passou pelo lugar, sendo que um deles estaria com uma arma de fogo e teria realizado dois disparos contra os policiais. Ainda segundo os agentes, o automóvel dos jovens não foi alvejado somente por eles, que teriam efetuado apenas 45 tiros, dos 63 disparados contra o carro.

O vice-presidente da CPI, deputado Wanderson Nogueira (PSB), declarou que há divergências entre as declarações dos policiais e as informações da perícia. “Os agentes afirmaram que um dos jovens estava com uma arma de fogo, mas a perícia não encontrou pólvora na mão de nenhum deles”, explicou o parlamentar. Wanderson disse, ainda, que o Comando da Polícia Militar havia orientado os agentes do 41º batalhão para evitarem confrontos armados, já que a unidade, localizada em Irajá, é a que mais acumula tiros disparados.

Os policiais também negaram as acusações de que teriam alterado a cena do crime. Eles afirmaram que, após o confronto, a população se dirigiu ao carro dos jovens, mexendo nos corpos das vítimas. De acordo com o deputado Flávio Bolsonaro (PP), os agentes podem ter agido em legítima defesa. “Todos eles relataram que só reagiram por sobrevivência. A investigação deve ser bem detalhada e cuidadosa”, disse Bolsonaro.

Os acusados são os policiais militares Thiago Resende Viana Barbosa, Marcio Darcy Alves dos Santos, Antonio Carlos Gonçalves Filho e Fabio Pizza Oliveira da Silva. Eles declararam que, antes do caso de Costa Barros, somente um auto de resistência havia sido cometido por um dos integrantes do grupo. As investigações estão ocorrendo na 39ª Delegacia de Polícia (Pavuna).

Os familiares das vítimas afirmam que os cinco jovens voltavam do Parque Madureira e iriam lanchar na comunidade de Costa Barros, quando o carro em que estavam foi alvejado pelos policiais.

Também participaram da diligência os deputados Luiz Martins (PDT) e Marcos Muller (PHS).

(Texto de Gustavo Natario)